terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Conhecimentos Bancários concurso Banco do Brasil parte 2


DEPÓSITOS A PRAZO (CDB e RDB)

As modernas instituições financeiras criaram o conceito de mesa de operações onde centralizam a maioria das operações com o mercado, ou seja, operações comerciais que envolvam a definição de taxas de juros e, por conseguinte, o spread que é a diferença do custo do dinheiro tomado e o preço do dinheiro vendido, como exemplo, na forma de empréstimo.
Uma das principais funções desta mesa é a que está ligada à captação de recursos “comprados” pela instituição e se constitui na chamada  “mesa de captação".
Suas principais funções são:  formação de taxas para captação através de CDB/RDB, cujo objetivo é tentar obter o menor custo possível  de captação e ainda ser competitivo com os concorrentes com taxas atraentes aos clientes, além da compra e venda de CDB de terceiros e de prazos decorridos em mercado, bem como a formação de taxas para a clientela deste produto.
É uma alternativa de risco para os clientes, através de uma aplicação de curto prazo, com liquidez antecipada. O banco, por seu lado, pode carrega-los em carteira, visando o ganho financeiro e/ou ganho de intermediação.

CDB (Pré/Pós)
O certificado de depósito bancário (CDB) é o título de renda fixa emitido por instituições financeiras. Os outros títulos de renda fixa privados são as letras de câmbio, as letras hipotecárias, as debêntures e os commercial papers.
O CDB pode ser emitido por banco comercial, múltiplo ou de investimento junto aos seus clientes pessoa física, jurídica ou outros bancos;funciona como um depósito a prazo efetuado pelo cliente com a finalidade de criar reservas para que o banco possa fazer empréstimos.
Quando há muita procura por crédito no mercado, o banco poderá pagar juros mais altos pelo CDB, tentando atrair mais investidores. Quando a procura por crédito é pouca, o banco reduzirá o valor da taxa para desestimular a captação.

CDB PÓS-FIXADO
O CDB pós-fixado varia de acordo com um índice que pode ser a TR, TJLP, TBF ou um índice de inflação, como o IGP-DI ou o IGP-M. O investidor só conhecerá a valorização de seu rendimento à medida que o índice escolhido for sendo valorizado. O investimento em CDB pós-fixado é uma boa alternativa quando os juros começam a subir, isto porque com um CDB pós-fixado, o rendimento obtido acompanha a curva dos juros. No caso do CDB pós-fixado o investidor negocia com a instituição o percentual de juros a ser pago (que varia conforme o valor do investimento) além da valorização do índice determinado.

CDB PREFIXADO
No CDB prefixado, no momento da aplicação o investidor já conhece o percentual de valorização nominal de seu investimento. Portanto, quando a perspectiva é de queda da taxa de juros, a modalidade mais indicada é a prefixada.

RENTABILIDADE
Como o CDB é uma aplicação com remuneração negociada, as instituições financeiras concedem taxas melhores de acordo com o volume do investimento, ou seja, quanto maior o investimento, maior a chance de conseguir taxas melhores. Assim, é importante negociar bem a taxa e ficar atento às diferentes ofertas.

GARANTIAS
O Fundo Garantidor de Crédito garante um valor de até R$ 20.000 por instituição bancária na qual o investidor aplicou seu dinheiro, independentemente do valor total aplicado e das diferentes formas de depósito e aplicação. Ou seja, se você tiver R$ 20.000 em CDBs e R$ 5.000 em conta corrente e mais R$ 3.000 na caderneta de poupança em uma mesma instituição bancária, no caso do banco quebrar, você receberá no máximo R$ 20.000. Acima disso, as garantias podem ser dadas pelo banco captador de recursos. Também é preciso explicar que as garantias são dadas ao investidor direto.

RETIRADAS ANTECIPADAS
O CDB pode ser negociado antes do seu vencimento. Neste caso o valor de resgate deverá ser negociado com o comprador do título (uma vez que para resgatar antecipadamente você deverá vender o título para o banco ou outra instituição).

TRIBUTAÇÃO

CPMF
O CDB não tem reaplicação ou renovação automática. Quando vence, o dinheiro vai para a conta corrente e é necessário uma solicitação para nova aplicação, incidindo CPMF de 0,30% no momento da saída do dinheiro da conta-corrente.
IOF: Os saques realizados com prazos inferiores a 30 dias terão incidência do IOF sobre os rendimentos auferidos. O porcentual varia de acordo com o número de dias. Veja a tabela:

Dias de aplicação
% IOF
Dias de aplicação
% IOF
1
96
16
46
2
93
17
43
3
90
18
40
4
86
19
36
5
83
20
33
6
80
21
30
7
76
22
26
8
73
23
23
9
70
24
20
10
66
25
16
11
63
26
13
12
60
27
10
13
56
28
6
14
53
29
3
15
50
 
 

Imposto de Renda
O Imposto de Renda (IR) incide somente no vencimento da aplicação e/ou nos resgates antes do vencimento. A alíquota é de 20% sobre o rendimento nominal, já deduzido o valor de IOF, caso este tenha sido cobrado.
Exemplo:
1. O cliente aplica R$ 10.000,00 em um produto de Renda Fixa.
2. Após 10 dias o cliente solicita o resgate.
3. O rendimento bruto da aplicação, no 10º dia, foi de R$ 50,00.
4. Sobre este valor incide, conforme a tabela, o IOF à alíquota de 66%.
5. O IOF é igual a R$ 33,00.

R$ 50,00 – R$ 33,00 = R$ 17,00

6. Sobre os R$ 17,00 restantes incidirá o IR à alíquota de 20%.
7. O IR é igual a R$ 3,40.
8. O rendimento do cliente é R$13,60.

R$ 50,00    R$ 33,00    R$ 3,40  =  R$ 13,60
RENDIMENTO
BRUTO
 
IOF
 
IR
 
RENDIMENTO
DO CLIENTE
 
 




CDB Rural
São títulos cuja captação é específica dos bancos comerciais e múltiplos com carteira comercial. Seus prazos são idênticos aos do CDB. A diferença fundamental é que os recursos captados por estes títulos devem ser obrigatoriamente utilizados para o financiamento da comercialização de produtos agropecuários e/ou máquinas e equipamentos agrícolas. a comprovação desta utilização se dá através de mapas enviados ao BC.

CDB com taxa flutuante
Nas aplicações com prazo mínimo de 30 dias, existe a possibilidade, para o investidor, de repactuar a cada 30 dias a taxa de remuneração do CDB, dentro de critérios já estabelecidos no próprio contrato.

RDB - Recibo de Depósito Bancário

O RDB é um recibo de depósito bancário (RDB), que tem as mesmas características de um CDB, com a diferença de que não admite negociação antes de seu vencimento. Porém, pode ser rescindido em caráter excepcional desde que com acordo da instituição depositária. Neste caso só pode ser devolvido o principal, isto é, sem os juros.
Investimento que garante ao cliente o resgate do valor aplicado, acrescido do rendimento obtido por taxa de juro negociada, ao final do prazo estabelecido, deduzidas as despesas de imposto de renda. Este recibo é intransferível.
É um título de renda fixa com prazo predeterminado, cuja rentabilidade é definida no ato da negociação podendo ser pré-fixada ou pós-fixada. É um título intransferível que se destina às aplicações de pessoas físicas e jurídicas com conta corrente no banco.

COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊS

A cobrança de títulos foi o produto mais importante envolvido pelas instituições nos últimos 10 anos.
Servem para aumentar o relacionamento instituição financeira x empresa, aumentam a quantidade de recursos transitórios e permitem maiores aplicações destes recursos em títulos públicos.
A cobrança é feita através de bloquetes que podem circular pela câmara de compensação (câmara de integração regional) o que permite que os bancos cobrem títulos de clientes em qualquer praça (desde que pagos até o vencimento ‑ após o vencimento, o pagamento somente poderá ser feito na agencia emissora do bloquete).
Os valores resultantes da operação de cobrança são automaticamente creditados na conta corrente da empresa cliente no prazo estipulado entre o banco e o cliente.

Vantagens da cobrança de títulos:
·        Para o Banco:
1. aumento dos depósitos à vista, pelos créditos das liquidações
2. aumento das receitas pela cobrança de tarifas sobre serviços
3. consolidação do relacionamento com o cliente
4. inexistência do risco de crédito.

·        Para o Cliente:
1. capilaridade da rede bancária
2. crédito imediato dos títulos cobrados
3. consolidação do relacionamento com o banco
4. garantia do processo de cobrança (quando necessário o protesto)

Processo de cobrança bancária:

1. Os títulos a serem cobrados (ou modernamente apenas seus dados, via computador) são passados ao banco;
2. o banco emite os bloquetes aos sacados (aquele que deverá pagar o valor do bloquete);
3. o sacado paga;
4. o banco credita o valor na conta do cliente (cedente).

Diferentes tipos de cobrança (criados devido a concorrência):
·         cobrança imediata è sem registro de títulos;
·         cobrança seriada è para pagamento de parcelas
·         cobrança de consórcios è para pagamento de consórcios;
·         cobrança de cheques pré‑datados è cobrança remunerada: remuneração dos valores cobrados;
·         cobrança indexada è em qualquer índice ou moeda;
·         cobrança casada ècedente sensibiliza sacado e vice‑versa;
·         cobrança programada ègarantia do fluxo de caixa do cedente;
·         cobrança antecipada è eliminação de tributos de vendas a prazo;
·         cobrança caucionada è cobrança das garantias de contratos de empréstimos
·         cobrança de títulos descontados è desconto de títulos.

nota fiscal x fatura x duplicata
Ø      nota fiscal é um documento fiscal, comprovante obrigatório da saída de mercadoria de um estabelecimento comercial ou industrial;
Ø      fatura é uma relação de notas fiscais que correspondem a uma venda a prazo;
Ø      duplicata é um título de crédito formal e nominativo emitido pelo vendedor com a mesma data, valor global e vencimento da fatura que lhe deu origem e representa um direito de crédito do sacador (vendedor) contra o sacado (comprador). A propriedade da duplicata pode ser transferida por endosso.

PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊS

Os títulos a pagar de um cliente têm o mesmo tratamento de seus títulos a receber (cobrança).
O cliente informa ao banco, via computador, os dados sobre seus fornecedores, com datas e valores a serem pagos e, se for o caso, entrega de comprovantes necessários ao pagamento.
De posse desses dados, o banco organiza e executa todo o fluxo de pagamento do cliente, via débito em conta DOC ou ordem de pagamento, informando ao cliente todos os passos executados.

O documento de crédito (DOC) é utilizado para pagamentos ou depósitos entre bancos, mesmo estando em praças diferentes.
A ordem de pagamento (OP) é utilizada para pagamentos ou depósitos dentro do mesmo banco, para agências em praças diferentes.

TRANSFERÊNCIAS AUTOMÁTICAS DE FUNDOS

Este serviço é prestado a clientes que, por diversas razões, necessitam manter diferentes contas correntes em diferentes agências de um banco.
·         O cliente determina o nível de saldo que deseja manter em cada uma dessas contas correntes;
·         O banco, ao final de cada dia, transfere o saldo de uma conta para outra de modo a manter os níveis desejados em cada uma delas.

COMMERCIAL PAPERS

Assim como as debêntures, os commercial papers são títulos de dívida emitidos por empresas, que podem ou não ser financeiras. Contudo, ao contrário das debêntures, têm um prazo mais curto de duração, e são indicados para investidores interessados em aplicações de curto prazo. O prazo mínimo dos commercial papers é de 30 dias e o máximo de 360 dias. Os recursos obtidos com a emissão dos commercial papers em geral são usados para financiar as atividades de curto prazo da empresa, ou necessidades de capital de giro, como compra de estoques, pagamento de fornecedores, etc.

Rentabilidade

A rentabilidade dos commercial papers é definida pelos juros pagos pela empresa ao investidor, juros estes que podem ser pré-fixados (maioria dos casos), pós-fixados, neste caso baseado no desempenho de um indexador definido no contrato. Também existe a possibilidade de emissão de commercial papers em dólares, que são uma boa alternativa para quem está buscando aplicar em dólar.
Por se tratar de emissões de curto prazo, a garantia da operação em geral está vinculada à situação financeira da empresa. Da mesma forma que com as debêntures, há a necessidade de registrar a emissão junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e contratação de uma instituição financeira para a intermediação.
Se desejar é possível vender um commercial paper antes do vencimento para outro investidor, para isso basta transferir a sua titularidade através de endosso. Por outro lado, a empresa também pode resgatar antecipadamente um commercial paper, mas para isso é preciso que tenha decorrido o prazo mínimo de 30 dias.

Impostos

Como nas demais aplicações em renda fixa, a alíquota de imposto de renda que incide sobre os rendimentos é de 20%, sendo que cabe a instituição responsável pelo pagamento dos rendimentos recolher este imposto diretamente na fonte.

ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS PÚBLICAS

São serviços prestados à instituições públicas, através de acordos e convênios específicos, que estabelecem as condições de arrecadações e repasses desses tributos/tarifas.
Ultimamente esta tarefa também tem sido atribuída a agências de correio.
Por outro lado, os bancos podem também ficar incumbidos de pagar ao público, como por exemplo
·         Restituição do Imposto de Renda;
·         PIS
·         FGTS
·         ETC...

A circular do BC 1.850/90 estabeleceu que os tributos arrecadados terão o mesmo tratamento dos depósitos a vista para efeitos do depósito compulsório (não geram float). As tarifas ficam de fora e, portanto, continuam gerando float bancário.

Vantagens para o Banco:
Ø aumento de aplicações graças aos valores arrecadados, com conseqüente aumento de receitas.
Ù atrativo para a conquista de novos clientes.
Ú ancoragem do cliente/instituição pública.

HOME/OFFICE BANKING, REMOTE BANKING, BANCO VIRTUAL

A evolução das tecnologias de informática e telecomunicações permitiu a troca eletrônica de informações entre banco e cliente, criando a possibilidade de novos produtos de serviços como, por exemplo,

HOME BANKING

O Home Banking é, basicamente, toda e qualquer ligação entre o computador do cliente e o computador do banco, independente de modelo ou tamanho, que permita às partes se comunicarem à distância.
Através do Home Banking, o cliente, sem sair de seu escritório, tem entre outros serviços, informações sobre: saldo e movimentação em conta corrente, saldo e movimentação de cobrança/contas a pagar: posição, aplicações e resgates em fundos, operações de empréstimos, cotações de moedas/índices e bolsas de valores, saldo em caderneta de poupança.
Ao mesmo tempo, o cliente pode se comunicar diretamente com o Banco, solicitando alterações dos seus títulos de cobrança, talões de cheques ou qualquer outro tipo de demanda não-negociável.
A comunicação é feita via telefônica, quer seja pública ou privada através de modem e utilizam os mais diferentes meios como:
·         cabo;
·         fibra ótica;
·         satélite.

A segurança na transmissão de dados é garantida pelo perfil de autorização que o banco concede através de uma palavra-chave (password) que limita o acesso às informações.
O FAX também foi incluído dentro de um Home Banking, como meio de ligação banco-cliente com todo o poder da comunicação escrita.
Com toda esta gama de alternativas colocada pela tecnologia a serviço dos bancos, podemos ampliar o conceito de Home Banking para:

O relacionamento entre banco e cliente composto por qualquer uma das composições abaixo que permita a troca rápida e segura de informações entre as partes:

·        Base de difusão de informação pelo banco
v          Central de atendimento
v          Unidade de resposta audível (talker)
v          Talker com fax
v          Telex
v          Micro
v          Mainframe (servidor de redes de computador)

·        Canal utilizado para envio da informação:
v         modem (modelador / demodulador) ‑aparelho que transforma as informações do formato gerado pelo computador. para o formato aceito pela linha de comunicação e vice‑versa.
v         Linha telefônica (todas com a mesma função ‑ transferência de informações ‑ diferindo na velocidade, qualidade e quantidade de informação transferida) – discada e dedicada
v         Transdata da Embratel
v         Renpac (Rede Nacional de Pacotes)
v         FM (Receptor especial)
v         Canal vídeo-texto
v         Internet

·        Veículo do cliente
v          Telefone com ou sem visor
v          Fax
v          Telex
v          Monitor de videotexto
v          Microcomputador
v          Terminal ponto de venda
v          Pager

REMOTE BANKING

O conceito de remote banking. é o de atendimento ao cliente fora das agências.
O atendimento dentro de agências, além de ser, em muitas situações, um incômodo para os clientes (trânsito e filas), é um fator de despesas para os bancos (investimentos em instalações). Portanto o remote banking foi uma solução encontrada pelos bancos.

Tipo de serviços oferecidos:

Saques em dinheiro

·         Pontos de atendimento externo tipo rede banco 24 horas
·         Pontos de atendimento interno tipo balcão eletrônico
·         Pontos de atendimento externo através de cartão magnético ou cheque trocados em redes de postos de gasolina, redes de lojas.

Depósitos fora do caixa dos bancos

·         Depósitos nas redes tipo banco 24 horas
·         Depósitos expressos em caixas coletoras
·         Depósitos em cheque pego em casa de clientes

Entrega em domicílio de talões de cheque

·         Em mãos
·         via correio

Terminais de auto‑pagamento

·         Coletas de contas em casa para posterior pagamento e devolução de recibo pelo correio
·         Envio das contas a pagar através dos correios
·         Programação prévia de pagamentos, tipo agenda eletrônica.

Débito automático em conta corrente de concessionárias de serviços públicos e outras empresas


Troca de informações constante com os bancos via home banking para obter extrato, aplicar, resgatar, transferir fundos entre cotas, bloquear cheques, pedir talões e muito mais. Neste item sobressai a Central de Atendimento Telefônico


Remessa de numerário ao cliente.


O conceito de remote banking está portanto, associado a idéia de banco virtual, ou seja, no qual o banco diversifica os seus canais de distribuição, derrubando os limites criados, quer seja por espaço, tempo ou meio de comunicação. A tecnologia tem papel fundamental para garantir a integração dos requisitos de conveniência, segurança, eficácia e relacionamento, exigidos pelo conceito de remote (virtual) bank.

BANCO VIRTUAL

Caixa de texto: "Pense num serviço que você precise e pegue o telefone. Este é o conceito de banco virtual" O sistema financeiro, acompanhando seu movimento constante de atualização às novas tecnologias, encontra-se mundialmente entre os mais "virtualizados". Captando o que a tecnologia pode lhe oferecer de melhor, os "bancos investem na agilidade da informação. Tornado os bancos virtuais como a mais forte tendência para o setor bancário no futuro".
"Os fluxos financeiros mundiais são superiores aos do comércio internacional e, no interior mesmo do setor financeiro, o crescimento dos produtos derivados (espécies de seguros sobre os produtos clássicos e virtuais por excelência) é mais acentuado que a média. De maneira mais geral, a primazia crescente da economia monetária e dos imperativos financeiros é uma das manifestações mais notáveis da virtualização em curso"

Vários fatores conduzem à criação dos primeiros bancos virtuais no país. São importantes desde uma apropriação de um modelo em prática em países da Europa, como também uma necessidade premente de reformulação do praticado em função de um novo cenário macroeconômico e, de um novo desenho no perfil do consumidor, assim como um acirramento na disputa pelo mercado.
Na década de 90, alterações na regulamentação da atividade financeira possibilitam o surgimento de inúmeras instituições bancárias, as quais em sua grande maioria são de pequeno porte.
Não ocorrendo um concomitante aumento proporcional na demanda por serviços bancários, na mesma grandeza do aumento da oferta, este novo contexto estimula reformulações e reposicionamentos por parte das instituições. Paralelamente, a atividade financeira bancária perde posições no conjunto das atividades econômicas do país, acentuando ainda mais essa disputa.
De outro lado, tal reestruturação satisfaz plenamente as diretrizes empresariais que neste caso apontam para a diminuição da estrutura organizacional e redução quantitativa da mão-de-obra com conseqüente redução de custos.
De fato, a operação do banco virtual permite uma relação entre o número de funcionários e o de clientes dificilmente alcançável em outro modelo: o banco virtual do privado nacional conta com 300 funcionários e 25.000 clientes, uma proporção bastante menor do que, por exemplo, a de sua empresa matriz, como de qualquer banco convencional.
Enquanto a informatização favorece enormemente a atuação da agência bancária virtual, permitindo grande agilidade na execução de procedimentos rotineiros de trabalho, o crescimento e a popularização de um novo perfil do consumidor - aquele que busca maior comodidade, eliminação ou redução dos deslocamentos físicos - vem a estimular a sua criação.
"Hoje, a maior parte das negociações já são fechadas por telefone, então foi criar uma infra-estrutura por telefone que seja igual ou tão melhor que na agência. tempo" (Gerente/Banco Privado Estrangeiro/ 12/12/96)
Assim, são criadas novas formas de atendimento à distância como: as centrais de atendimento, home banking e os próprios bancos virtuais.
A comercialização da imagem destes bancos é baseada essencialmente em dois pontos: a comodidade do cliente e a eficácia de uma "estrutura inteligente" de operação. O primeiro item está voltado para o princípio básico de atendimento via telefone, associado às facilidades propiciadas ao cliente, tornando desnecessário enfrentar filas e deslocamentos até as agências, falta de segurança para saques e depósitos, etc. Aspectos muito valorizados para o usuário das grandes cidades que se constituem no público-alvo deste modelo de banco.
O "banco virtual" consiste numa agência bancária inteiramente "on line" onde todos os serviços bancários convencionais são operados remotamente, através de linhas telefônicas e computadores, sem que haja um espaço físico correspondente à agência. Com isso, trata-se de levar o banco ao cliente sem obrigá-lo a deslocar-se. Transações como depósitos ou saques são feitos por courriers contratados pelo banco junto à empresas terceirizadoras de serviços ou aproveitados do próprio corpo de funcionários do banco. Assim, o banco economiza em sua estrutura, tanto no aspecto físico como operacional, e procura alcançar o cliente que quer evitar a freqüência de agências bancárias.

"O virtual veio para dar mais comodidade ao cliente, pegar um público-alvo que tenha a necessidade de ter mais comodidade, não só a comodidade pela comodidade mas para poder ganhar mais tempo com os seus negócios."

E o segundo de que apenas as instituições que não precisam arcar com os custos de uma rede de agências poderão oferecer tarifas menores e portanto mais competitivas no mercado.

"Tem uma grande palavra-chave nesse negócio que é a competitividade e que você vai fazer através de uma política de serviços diferenciados, de uma política de preços diferenciada e uma grande variável que entra com um peso bastante significativo chama-se custo.”

A estrutura organizacional:

A estrutura organizacional do banco virtual baseia-se numa rede de comunicação bastante sólida, que implica no contato quase exclusivamente telefônico com o cliente e no alto índice de informatização das operações internas. Isso permite dispensar departamentos de apoio que podem ser eventualmente acessados na matriz, contando com um organograma bastante enxuto.
No banco privado nacional, há basicamente uma diretoria geral, uma área de relacionamento com os clientes (que cuida do gerenciamento das contas), outra de prospecção de clientes, um setor de projetos, produtos e tecnologia, a área de marketing e uma de suporte para Recursos Humanos, treinamento e qualidade.
Da mesma maneira que os depoimentos apontam para uma estrutura organizacional enxuta, é consenso que nenhuma instituição financeira poderia atuar sem um setor de compensação de cheques. É importante ressaltar que a atividade do banco virtual só é possível por ter uma retaguarda operacional e técnica no banco de origem - no caso do privado nacional - e de forma mais simplificada no banco privado estrangeiro, por ser tratado dentro da instituição como um serviço.
No processo de reestruturação do sistema bancário, há uma busca constante em voltar suas atenções apenas para as atividades-fim e passam a terceirizar todas as atividades-meio.

O Trabalho do Motoqueiro:

Porém o aspecto mais relacionado com a concretização do banco virtual baseia-se no trabalho dos chamados moto-boys.
Empresas prestadoras de serviços vêm sendo fundadas visando atender um novo nicho de mercado criado pelo sistema bancário. Isto é, se todo marketing é baseado na agilidade e eficiência dos serviços e não há estrutura operacional fixa para atender, a solução encontrada foi a contratação de empresas para a realização da entrega ou de recebimento de documentos, etc.
A atuação dessas empresas terceirizadoras inclui transporte de valores e documentos baseados em contratos mensais ou avulsos, disponibilizando certo número de courriers para operar nas agências. Os bancos, por sua vez, preferem que estas equipes de mensageiros não sofra alterações visando o estabelecimento de um vínculo pessoal de confiança.

DINHEIRO DE PLÁSTICO

Trata‑se de uma série de alternativas ao papel moeda que tem como objetivo facilitar o dia a dia das pessoas e, por outro lado, representam um incentivo ao consumo.
Tudo começou lá por 1.920, quando algumas companhias de petróleo e cadeias de hotéis dos EUA resolveram emitir cartões que garantissem crédito a seus clientes nas compras em suas filiais. Depois da Segunda Guerra Mundial e com o aprimoramento das tecnologias de produção e segurança dos cartões, a prática ganhou o mundo.
O primeiro cartão universal, para compras em vários estabelecimentos, foi introduzido pelo norteamericano Ralph Scheider, em 1.950, o Diner´s Club (Clube de Restaurantes, em inglês), que, inicialmente, oferecia crédito em 27 restaurantes de Nova York.
Mais fáceis de se produzir, os cartões de plástico não requerem a sofisticação das cédulas de papel ou das moedas, e as tarjas magnéticas, que servem apenas como "chave de acesso" só liberam serviços ou créditos mediante senha pessoal e intransferível, o que torna o cartão extremamente seguro e mais, favorece a uma infinidade de operações, que vão do abrir uma porta, do banco 24 horas, por exemplo, ou de um automóvel, à transferência de valores de uma instituição financeira a outra, a uma empresa ou a pessoas físicas - muitas vezes instantaneamente, o que confere uma velocidade antes inimaginável à concretização de negócios. Com a chegada da Internet, então, bastam os dígitos da senha do cartão e pronto: operação efetuada com sucesso. Sempre com muita segurança, fundamental em tempos onde a criminalidade é fator crítico de instabilidade na vida e nos empreendimentos financeiros - ninguém sai mais por aí com uma mala cheia de dinheiro.
Conseqüência de uma base de dados sobre os credenciados por uma operadora de cartões, estas informações preciosas permitem ações de marketing de relacionamento e de vendas, que fazem clientes fiéis à empresa, mais satisfeitos com o atendimento e predispostos a novas compras e mais freqüentes. É assim que as companhias de aviação, pioneiras nesta "descoberta", os supermercados ou lojas sofisticadas de todo o mundo fazem valer muito mais que dinheiro o seu "dinheiro de plástico".

conceitos DE CORPORATE FINANCE

São operações complexas que envolvem a intermediação de fusões, cisões, aquisições e incorporações de empresas.
Neste segmento, juntamente com empresas de consultoria especializadas, as instituições financeiras utilizam todo o seu conhecimento do mundo das operações financeiras e de investimento, de forma a viabilizar tais operações, seja com recursos nacionais ou recorrendo a recursos do exterior.

Operações específicas de Corporate Fínance.
1. Aquisição alavancada è leveraged buyout
2. Management buyout è Aquisição de ações pelos administradores
3. Takeover è Aquisição de controle
4. Tender offer è Oferta pública de aquisição de ações

FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTO

São uma forma de condomínio aberto ou fechado e representam a reunião de recursos de aplicadores/investidores destinados à aplicação em carteira diversificada de títulos e/ou valores mobiliários de renda fixa ou de renda variável, com o objetivo de propiciar aos seus condôminos valorização de cotas, com menor custo global, ao mesmo tempo que tais recursos se constituem em fonte de recursos para investimento em capital permanente das empresas.
A diferença básica entre fundos e outras aplicações está em que os fundos aplicam os recursos de seus investidores em um conjunto de títulos, de acordo com a política de investimento definida pelos seus administradores, política esta que deve ser obrigatoriamente informada no momento da aplicação. Ao montar uma carteira de um fundo de investimentos, os administradores buscam escolher ativos que representam diferentes riscos.
A partir de abril de 2000, deixou-se de falar em fundos mútuos de ações ou de carteira livre e passou-se a utilizar a terminologia Fundos de Investimento em Títulos e Valores Mobiliários (FITVM), embora continuasse vigendo o conceito básico de condomínio com objetivo de aplicação coletiva de recursos dos participantes.
Os fundos de investimento são regulamentados e fiscalizados pelo Bacen, quando se referem ao Fundos de Investimento Financeiros (FIF), cujas aplicações costuma ser destinadas às áreas de commodities, taxas de juros interbancárias e outras modalidades.
Quando se referirem aos Fundos de Investimentos em Títulos e Valores Mobiliários, que sucederam aos Fundos Mútuos de Ações, sua regulamentação e fiscalização é feita pela CVM.
 Os FITVM são um mecanismo organizado com a finalidade de captar e investir recursos no mercado de capitais. É uma forma coletiva de investimentos, com vantagens para o mercado acionário e para o pequeno investidor individual, que de outra forma teria dificuldade em aplicar seus poucos recursos.
As vantagens oferecidas pelo fundos de investimento podem ser traduzidos em:
§         Acesso a modalidades de investimento que, pelo volume de recursos envolvidos, estariam fora do alcance de investidores individuais, especialmente os de menor capacidade financeira;
§         Diluição, entre os participantes, dos custos de administração da carteira, com destaque para aqueles relacionados com a seleção de ativos, que, normalmente, não são acessíveis aos investidores individualmente;
§         Oferecimento ao investidor de comodidade de ter seus investimentos administrados profissionalmente, sem que ele tenha que dominar a utilização de sofisticado instrumental de análise e acessar diferentes fontes de informação.

Atualmente, a administração das carteiras de valores mobiliários é regulada pela Instrução 306 da CVM, com as alterações introduzidas pela Instrução 364/2002.

HOT MONEY

É o empréstimo de curtíssimo prazo normalmente de 1 dia e no máximo de 10 dias.
É comum criar‑se um contrato fixo de hot money para cada cliente, com todas as regras e permitindo que cada liberação de recursos seja feita por fax, telefone ou telex eliminando fluxo de papéis.
A formação da taxa do Hot Money é baseada na taxa do CDI do dia da operação mais o PIS mais um spread.
Exemplo:
·     Taxa do CDI = 17%;
·     taxa do Hot = 119%;
·     margem da operação = 2%
·     PIS = 0,75% sobre 19% = 0,1425%
·     Receita bruta do banco = margem da operação = 2%
·     Receita líquida do banco = receita bruta ‑ PIS = 2% ‑ 0,1425 = 1,8575%

CONTAS GARANTIDAS

É um tipo de empréstimo em que são utilizadas em conjunto duas contas:
·     a conta corrente de livre movimentação
·     a conta garantida

A conta garantida é uma conta de crédito com um valor limite. Normalmente é movimentada pelo cliente através de seus cheques, desde que não haja saldo disponíveis em sua conta corrente de movimentação. À medida que entram recursos na conta corrente do cliente, eles são usados para cobrir o saldo devedor da conta garantida.
v      Para o cliente garante uma fluidez de recursos.
v      Para o Banco é um poderoso recursos mercadológico.
v      Para as reservas do banco pode ser um problema pois implica em manutenção de reservas e livre movimentação em stand by e, portanto, sem aplicação.

CRÉDITO ROTATIVO

São linhas de crédito abertas com determinado limite que as empresas utilizam a medida de suas necessidades. Os encargos são cobrados de acordo com sua utilização, na mesma forma das contas garantidas.
A operação de crédito rotativo refere-se a uma conta tipo empréstimo (também chamada de conta corrente garantida), aberta pelos bancos comerciais, visando ao financiamento de necessidades de curto prazo (capital de giro) de empresas nacionais.
Através da entrega de duplicatas como garantia da operação, a instituição bancária abre uma linha de crédito à empresa no valor de 80% do montante caucionado (valor nominal das duplicatas dadas em garantia). O limite do crédito concedido atinge 800 MVR (maior valor de referência), cujo valor (da MVR) é fechado quando da assinatura do contrato. Conforme as duplicatas vão sendo resgatadas pelos clientes (sacados), a empresa deverá ir substituindo-as por outras afim de manter o limite e a rotatividade do crédito concedido. Os saques dos recursos de crédito são efetuados de acordo com as necessidades de giro da empresa, sendo processados normalmente através de cheques.
Esta operação constitui, na realidade, uma linha de crédito subvencionada, dado que os seus custos financeiros, conforme serão expostos adiante, situam-se bem abaixo das taxas normalmente praticadas no mercado.
As negociações do crédito rotativo somente poderão ser efetuadas, de acordo com resolução do Banco Central, com empresas cujas vendas não tenha excedido 85.000 MVR no ano civil imediatamente anterior à solicitação do crédito, admitindo-se nesse cômputo a exclusão do IPI e ICM.
O prazo do crédito rotativo varia de 360 dias (mínimo) a 395 dias (máximo) e obriga os bancos comerciais, de acordo ainda com resolução do Banco Central, a aplicar determinado percentual de seus depósitos a vista nesta modalidade de crédito os percentuais variam em função do porte do banco e da empresa captadora dos recursos.
Os principais encargos desta operação são os seguintes:
a) Juros, calculados sobre o saldo a descoberto (devedor) corrigido, e devidos semestralmente. Na realidade, o valor dos juros é obtido, segundo o método hamburguês, da seguinte forma:
Caixa de texto: Somatório do Saldo Devedor corrigido no semestre considerado
Valor dos Juros  =    i    x
                                360

onde i representa a taxa nominal anual de juros definida para a operação.
Para facilitar os cálculos, o saldo devedor é normalmente expresso em ORTN, e somatório é obtido através da multiplicação desse valor pelo respectivo número de dias em que permaneceu descoberto.

b) Correção monetária, baseada nas variações das ORTN, e incidente sobre o saldo devedor.

c) Outras despesas incluídas nessa operação referem-se à Comissão de Abertura de Crédito, cujo percentual é calculado sobre o limite aprovado de crédito; IOF e Tarifas de Serviços Bancários cobrados segundo a legislação em vigor.

DESCONTOS DE TÍTULOS

É o adiantamento de recursos aos clientes, feito pelo banco, sobre valores referenciados em duplicatas de cobrança ou notas promissórias, de forma a antecipar o fluxo de caixa do cliente.
Normalmente, o desconto de duplicatas é feito sobre títulos com prazo máximo de 60 dias e prazo médio de 30 dias.
A operação de desconto dá direito de regresso, ou seja, no vencimento, caso o título não seja pago pelo sacado, o cedente assume a responsabilidade do pagamento, incluindo multa e/ou juros de mora pelo atraso.

FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO

Capital de giro: Capital utilizado pela empresa para financiar sua produção, suas vendas, seu estoque. Ex: dinheiro utilizado para pagar fornecedores de matéria prima, pagar distribuidores, etc.
São as operações tradicionais de empréstimos vinculadas a um contrato específico que estabeleça prazo, taxas, valores e garantias necessárias e que atendam as necessidades do capital de giro das empresas.
Os empréstimos normalmente são garantidos por duplicatas numa relação de 120 a 150% do principal emprestado.
O capital de giro precisa de acompanhamento permanente, pois está continuamente sofrendo o impacto das diversas mudanças enfrentadas pela empresa. Já o capital fixo  não exige atenção constante, uma vez que os fatos capazes de afetá-lo acontecem com uma freqüência bem menor.

VENDOR FINANCE/COMPROR FINANCE

VENDOR è é uma operação de venda à prazo em que a empresa vendedora recebe o valor a vista da instituição financeira e a empresa compradora paga o valor a prazo (com juros) para a instituição financeira.

Características:
·         A empresa vendedora assume o risco de não pagamento da dívida pela empresa compradora.
·         A base de cálculo dos tributos e contribuições incidentes sobre o faturamento fica diminuída, uma vez que os juros não estão embutidos no preço faturado (base de cálculo desses tributos)
·         não incidirão IPI, ICMS, PIS, COFINS
·         incidirá IOF sobre o crédito.
·         A taxa de financiamento da instituição financeira é geralmente menor que a taxa praticada pela empresa vendedora no caso
·         autofinanciamento da venda, uma vez que o risco é rateado por varias operações.

COMPROR è é uma operação de financiamento de compras, sendo que a iniciativa parte do comprador e nele se concentra o risco de crédito. O compror consiste no financiamento a clientes do banco, para suas compras junto aos fornecedores. O risco da operação concentra-se no comprador, não existindo regresso contra o fornecedor (vendedor).

LEASING (TIPOS, FUNCIONAMENTO, BENS)

Leasing vem do verbo "to lease" (arrendar) e pode significar o processo de arrendamento (operação de leasing), ou ter o sentido substantivo de arrendamento enquanto tal (contrato de leasing). O legislador brasileiro preferiu deixar de lado o termo inglês e empregou, em seu lugar, "arrendamento mercantil", devido, sem dúvida, às peculiaridades do instituto no direito pátrio.
O leasing, também denominado arrendamento mercantil, é uma operação em que o proprietário (arrendador, empresa de arrendamento mercantil) de um bem móvel ou imóvel cede a terceiro (arrendatário, cliente, "comprador") o uso desse bem por prazo determinado, recebendo em troca uma contraprestação.
Esta operação se assemelha, no sentido financeiro, a um financiamento que utilize o bem como garantia e que pode ser amortizado num determinado número de "aluguéis" (prestações) periódicos, acrescidos do valor residual garantido e do valor devido pela opção de compra.
Ao final do contrato de arrendamento, o arrendatário tem as seguintes opções:
v      comprar o bem por valor previamente contratado;
v      renovar o contrato por um novo prazo, tendo como principal o valor residual;
v      devolver o bem ao arrendador.

Modalidades: pode ser financeiro ou leasing puro e lease-back ou leasing de retorno; leasing financeiro é a modalidade em que a arrendatária se dedica habitual e profissionalmente a adquirir bens produzidos por terceiros para arrendá-los, mediante pagamento previamente acordado com outra empresa, que deles necessite; lease-back é a modalidade em que uma empresa, proprietária de bem, móvel ou imóvel, vende-o para outra empresa que, logo a seguir, arrenda-o à vendedora.

Os principais tipos de leasing são:
§         Leasing operacional – assemelha-se a um aluguel, e é efetuado geralmente pelas próprias empresas fabricantes de bens;
§         Leasing financeiro – é realizado por algumas instituições financeiras, como bancos múltiplos e sociedades de arrendamento mercantil. A arrendadora adquire o bem selecionado de um fornecedor e o entrega para uso da arrendatária. Ao final do prazo pactuado, a arrendatária poderá ou não exercer seu direito de compra do bem por um valor residual garantido estabelecido previamente;
§         Lease-backocorre quando uma empresa vende determinado bem de sua propriedade e o aluga imediatamente, sem perder sua posse. Em verdade, o bem não é removido fisicamente, passando a empresa de proprietária do ativo para arrendatária do mesmo. Essa modalidade é demandada principalmente por empresas que necessitam de reforço de capital de giro.

O prazo mínimo de arrendamento é de dois anos para bens com vida útil de até cinco anos e de três anos para os demais.
Por exemplo: para veículos, o prazo mínimo é de 24 meses e para outros equipamentos e imóveis, o prazo mínimo é de 36 meses (bens com vida útil superior a cinco anos). Existe, também, modalidade de operação, denominada leasing operacional, em que o prazo mínimo é de 90 dias.
Em caso de compra, as prestações pagas são amortizadas do valor total dos bens. Na operação de leasing a parcela paga mensalmente pelo cliente (arrendatário) é composta por duas partes.
Uma é a contraprestação, que é o componente que reflete a amortização do valor do bem, a remuneração da arrendadora (empresa de leasing), mais os encargos e impostos.
A outra é o VRG - valor residual garantido.
O imposto que será pago no contrato é o ISS, Imposto Sobre Serviços.
Despesas tais como seguro, manutenção, registro de contrato, ISS (imposto sobre serviços) e demais encargos que incidam sobre os bens arrendados são de responsabilidade do arrendatário ou do arrendador, dependendo do que for pactuado no contrato de arrendamento.
O contrato de leasing tem prazo mínimo definido pelo Banco Central. Em face disso, não é possível a "quitação" da operação antes desse prazo. O direito à opção pela compra do bem só é adquirido ao final do prazo de arrendamento.
Por isso, não é aplicável ao contrato de arrendamento mercantil a faculdade de o cliente quitar e adquirir o bem antecipadamente. No entanto, é admitida, desde que esteja previsto no contrato, a transferência dos direitos e obrigações a terceiros, mediante acordo com a empresa arrendadora.

Diferenças entre leasing e aluguel
No leasing, o valor do bem arrendado vai sendo gradativamente amortizado durante o pagamento das contraprestações; no final do contrato, a arrendatária tem a opção de adquirir definitivamente o bem arrendado; é permitida uma aceleração da depreciação em 30% e esta é transferida à arrendatária.

Diferenças entre o leasing e o financiamento
No leasing, o cliente não recebe recursos para a aquisição e sim o bem pretendido; durante toda a vigência do contrato, o bem continua sendo propriedade da empresa arrendadora (contrato este que segue regras e definições fiscais bastantes claras e específicas ).

Vantagens do leasing
Durante todo o prazo do contrato os bens não fazem parte do seu ativo pois pertencem à empresa de leasing. Desta forma, as contraprestações pagas mensalmente para uso dos bens podem ser lançadas como despesas operacionais que são dedutíveis para efeito de Imposto de Renda.

FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO

Capital fixo da empresa constitui o valor monetário do seu ativo fixo.
O ativo fixo compreende um conjunto de bens que não são objeto de transações correntes por parte da empresa.  São adquiridos durante a fase de instalação do projeto e utilizados ao longo de sua vida útil.
Podemos distinguir nos ativos fixos os bens que estão sujeitos a depreciação e obsolescência (máquinas, por exemplo) daqueles que não estão sujeitos a tais fenômenos (terrenos, por exemplo). Outra distinção se faria dividindo os ativos fixos em tangíveis e intangíveis.
O capital investido por uma empresa no seu parque industrial - ativos fixos pode ser transformado em ativos líquidos através do mercado de capitais.
Com base nesse patrimônio imobilizado, o empresário pode emitir obrigações (debêntures) no mercado, buscando recursos para aumentar seu capital de giro. As obrigações emitidas pela empresa passam a ser negociadas em mercado secundário, transformando-se em ativos de boa liquidez para seus proprietários.
Dessa forma, o capital fixo industrial se descongela, passa a ser representado por ativos financeiros com razoável liquidez e o dinheiro transfere-se para a empresa, por prazo longo ou mesmo indeterminado, dependendo da natureza do título emitido, aumentando seu capital de giro e o volume de, suas transações.
CAPITAL FIXO - Bens representados por imóveis, máquinas e equipamentos.

CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR

É o financiamento concedido por uma Financeira para aquisição de bens e serviços por seus clientes.
Sua maior utilização é na aquisição de veículos e eletrodomésticos.
O bem adquirido serve de garantia da opera ao, ficando a ela vinculado pela figura da alienação fiduciária (a propriedade do bem adquirido fica com a financeira até a quitação do empréstimo).

CRÉDITO RURAL

É o suprimento de recursos financeiros para aplicação exclusiva nas atividades agropecuárias.
Apenas os bancos comerciais e os bancos múltiplos com carteira comercial, operam neste segmento através de recursos próprios.
·         25% dos volumes médios dos depósitos à vista e outros recursos compulsórios
·         os bancos podem optar por terem estes recursos recolhidos ao J sem remuneração.

No mínimo 50% da exigibilidade deve ser satisfeito com crédito a mini ou pequeno produtor.

Modalidades de crédito rural:
·         Custeio agrícola e pecuário: recursos para ciclo operacional com prazos máximos de financiamento:
Ø         de 12 meses para o pecuário;
Ø         de 24 meses para o agrícola.
·         Investimento agrícola e pecuário: recursos para investimento fixo com prazo máximo de financiamento de 6 anos;
·         Comercialização agrícola e pecuária: recursos para o beneficiamento e industrialização de produtos agropecuários.

Beneficiários do crédito rural:
·         miniprodutor: renda bruta anual inferior a R$ 7.500,00.
·         pequeno produtor: renda bruta anual entre R$ 7.500,00 e R$ 22.000,00
·         demais produtores: renda bruta anual superior a R$ 22.000,00.

CADERNETAS DE POUPANÇA

São contas, cujo depósito de recursos, em dinheiro, acumula juros e correção monetária, onde os recursos são destinados ao financiamento da construção e da compra de imóveis.
Este tipo de depósito destina-se à qualquer pessoa física.
É movimentada pelo cliente, através de Guias de Retirada ou cartão magnético.
Como o Depósito Popular este admite os 3 tipos de contas: INDIVIDUAL, CONJUNTA SOLIDÁRIA, CONJUNTA NÃO SOLIDÁRIA.
Este tipo de conta admite a participação de analfabeto também em conta conjunta.

FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO E À EXPORTAÇÃO; REPASSES DE RECURSOS DO BNDES

O objetivo do BNDES é oferecer aos exportadores brasileiros ou aos importadores de produtos brasileiros linhas de crédito de longo prazo, em condições compatíveis com as existentes no mercado internacional. Por meio dos Produtos Exportação financia a exportação de bens de capital e serviços, com ênfase em produtos de maior valor agregado.
As operações podem ser realizadas diretamente com o BNDES ou através de instituições financeiras credenciadas no País e no exterior.

CARTÕES DE CRÉDITO

É um indutor ao crescimento das vendas. Possibilita ao cliente um financiamento e a adequação de suas despesas a seu fluxo de caixa. Funciona como um crédito automático e é a moeda do futuro.

Tipos de cartões
·     quanto ao usuário;
·     pessoa física;
·     empresarial;
·     quanto à utilização;
·     exclusivo no mercado brasileiro;
·     de uso internacional.

TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO

São um investimento com características de um jogo onde se pode recuperar parte do valor gasto na aposta. Sem a ajuda da sorte, o rendimento será inferior ao de um fundo ou de uma caderneta de poupança.
O valor aplicado pelo investidor é dividido em três partes, a saber:
·     para a poupança
·     para o sorteio;
·     para cobrir as despesas do fundo.

A liquidez é limitada, existindo carência para a retirada das parcelas depositadas.
São regulamentados pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados).

Características:
·     Capital Nominal ‑ valor a ser resgatado corrigido e com juros;
·     Sorteios;
·     Prêmio;
·     Prazo (não pode ser inferior a um ano);
·     Provisão Rara sorteio – parcela da prestação que ira compor o premio;
·     Carregamento ‑ taxa de administração.
·     Provisão matemática ‑ parcela do investimento que vai compor a poupança do investidor;
·     carência para resgate (não pode ser superior a 24 meses e se o prazo de pagamento for inferior a 48 meses, a carência não pode ser superior a 12 meses).

PLANOS DE APOSENTADORIA E PENSÃO PRIVADOS - PLANOS DE SEGUROS

Espécie de pecúlio ou poupança formada por um conjunto de pequenos investidores e poupadores, com o intuito de garantirem para si uma pensão mensal, depois de um prazo determinado. Em geral, os fundos de pensão (assim como pecúlios e outros sistemas da previdência privada) são organizados por empresas financeiras que fazem aplicações com a soma do dinheiro dos pequenos poupadores. Depois de um prazo (em geral, sempre superior a dez anos), o indivíduo passa a receber seu dinheiro de volta, acrescido de juros e correção, como uma espécie de complementação de aposentadoria. A Constituição de 1988 veda qualquer subvenção ou auxilio do poder público às entidades de previdência privada com fins lucrativos.

5. Mercado de Capitais:


[8]Vejamos a questão de concurso:
Responda se as respostas enumeradas a seguir se estão corretas ou erradas.
De acordo com a norma da CVM que regulamenta as situações que configuram distribuições secundárias sujeitas a prévio registro na CVM, bem como a venda de sobras de ações decorrentes do não-exercício do direito de preferência, na subscrição particular de companhia aberta, é facultativo o prévio registro na CVM de distribuição pública que envolva venda, promessa de venda, oferta à venda ou aceitação de pedido de venda de
1. ações ordinárias ou preferenciais de companhia aberta que correspondam a mais de 5% das ações da mesma espécie ou classe, em circulação no mercado, quando realizada pela companhia emissora, seus fundadores e pessoas a ela equiparadas.
2. ações ou debêntures emitidas por companhias fechadas, que estejam em tesouraria ou pertençam ao acionista controlador ou a pessoas equiparadas e que venham a ser distribuídas ao público, subseqüentemente ao processo de registro, na CVM, da companhia emissora, para negociação de seus valores mobiliários em bolsa de valores ou no mercado de balcão.
3. debêntures já emitidas por companhia aberta mediante subscrição particular, por quem quer que pretenda distribuí-las publicamente.
4. qualquer quantidade de ações, quando forem utilizados métodos de negociação que traduzam esforço de venda superior ao normal em qualquer operação de intermediação no mercado secundário.
5. direitos de preferência à subscrição de valores mobiliários, respectivos cupões ou recibos de subscrição, oriundos de subscrição pública ou particular, pertencentes ao acionista controlador ou às demais pessoas equiparadas à companhia emissora em quantidade superior a 5% da emissão, desde que corresponda, no mínimo, a 5% das ações da mesma espécie ou classe em circulação no mercado.


O Mercado de Capitais é uma estrutura formada por inúmeras instituições através das quais os poupadores e tomadores de recursos a médio e longo prazos entram em contato; nesse mercado, as bolsas de valores desempenham papel fundamental, sendo as ações os papéis mais negociados. Assim, no mercado de capitais os principais títulos negociados são os que representam o capital das empresas (ações) ou de empréstimos tomados, via mercado, pelas empresas, através da colocação de debêntures, bônus de subscrição, commercial papers e outros papéis.

AÇÕES: CARACTERÍSTICAS E DIREITOS

O mercado acionário é, hoje, um segmento vital para o sistema financeiro internacional. E mesmo em mercados menos sofisticados, como países em desenvolvimento, existe uma tendência crescente de abertura da economia com o objetivo claro de ampliar o acesso ao mercado de capitais internacional.
Quanto mais desenvolvida é uma economia, mais ativo é o seu mercado de capitais, gerando mais oportunidades para pessoas, empresas e instituições aplicarem suas poupanças nesse tipo de investimento.
Trata-se de um canal fundamental para a captação de recursos, que permite o desenvolvimento das empresas, gerando novos empregos e contribuindo para o crescimento da economia. Quando uma companhia abre seu capital, ela encontra uma fonte de captação de recursos financeiros permanente. A abertura de capital é feita através do lançamento de ações ao público, ou seja, a empresa emite ações que serão negociadas em bolsas de valores.
Ao adquirir ações, você passa a ser também "dono" de uma determinada empresa - um acionista. Ter uma ação equivale a ter uma parte de uma empresa. Para se criar uma companhia é necessário dinheiro. Quando você “empresta” seu dinheiro para uma companhia, ela lhe entrega, em troca, ações, que representam a parte da empresa da qual você também é um dos donos.
À medida que as empresas crescem, maiores são as necessidades de recursos para financiamento de suas operações e investimentos para ampliação da produção. E é neste momento que o mercado acionário pode ser uma fonte importante de recursos. Através da compra de papéis, o acionista fornece faz uma espécie de financiamento para a empresa. Desta forma, o investidor em ações contribui para a produção de bens, dos quais ele também é consumidor.

O que é uma ação?
Ação são títulos representativos de cotas partes em que se divide o capital social de uma sociedade anônima. Uma ação representa, pois, a menor parte em que é dividido o seu capital.
As ações podem ser:
·         Ações ordinárias conferem a seu possuidor o direito de eleger a diretoria da empresa; em contrapartida, seus possuidores somente têm direito à distribuição dos dividendos depois de paga a porcentagem prioritária a que têm direito os portadores de ações preferenciais.
·         Ações preferenciais são aquelas cujos possuidores têm direito de receber uma porcentagem fixa dos lucros, antes de distribuídos os dividendos da empresa. Quando a ação preferencial é emitida com a cláusula de direitos cumulativos, isso dá a seus possuidores o direito de participar não só dos dividendos do ano em curso, mas também dos anos anteriores, na porcentagem estabelecida, desde que esses dividendos não tenham sido distribuídos por qualquer razão. Caso a empresa entre em liquidação, as ações preferenciais gozam da mesma prioridade. Em alguns casos, os possuidores de ações preferenciais podem ter direito a voto, mas em menor extensão que o portador de ações ordinárias.

ON - Ordinária nominativa
PN - Preferencial nominativa

RENTABILIDADE DAS AÇÕES
Quanto à rentabilidade do investimento, independente da valorização (ou desvalorização) das ações nas Bolsas de Valores, as ações dão os seguintes benefícios aos seus possuidores-acionistas da empresa:
BONIFICAÇÃO - Ações gratuitas, distribuídas aos acionistas em proporção a quantidade de ações que possuem, conforme aumento de capital social ocorrido por incorporação de reservas, lucros em suspenso ou de reavaliação do ativo.
DIVIDENDO - Distribuição aos acionista o resultado em dinheiro (R$), em proporção à quantidade de ações possuídas e com recursos oriundos dos lucros gerados pela empresa em um determinado período. Os dividendos podem ter periodicidade diversa: Mensal, Trimestral, Semestral, Anual.
SUBSCRIÇÃO - Aumento de Capital feito por uma Sociedade Anônima, via lançamento de novas ações para serem subscritas pelos acionistas, na proporção das ações possuídas, com o objetivo de adquirir os recursos necessários para fazer frente aos seus investimentos. Geralmente o direito de Subscrição tem a duração de 30 dias.
DESDOBRAMENTO (SPLIT) - Método pelo qual a empresa aumento a quantidade de ações em circulação sem alterar o Capital Social da Empresa.

DEBÊNTURES

Título de renda fixa emitido por uma sociedade anônima para tomar empréstimo no mercado. Seu lançamento pode ser público ou particular. Quando uma empresa quer captar recursos (conseguir dinheiro) para investir e/ou pagar dívidas, pode emitir tais títulos. Os investidores que compram as debêntures; em troca, recebem uma taxa de juros fixa ou variável sobre o valor emprestado. Normalmente os prazos são superiores a um ano.

Debêntures conversíveis em ações: Aquelas que, por opção de seu portador, podem ser convertidas em ações, em épocas e condições pré-determinadas.

DIFERENÇAS ENTRE COMPANHIAS ABERTAS E COMPANHIAS FECHADAS

A Lei nº 6.404/76 ("Lei de Sociedades por Ações") distingui dois tipos de companhias: (I) as companhias fechadas e (II) as companhias abertas. As companhias abertas têm seus valores mobiliários negociados em bolsas de valores ou no mercado de balcão, sendo-lhes permitido captar recursos junto ao público investidor.
Em razão da possibilidade de captação de recursos junto ao público investidor, as companhias abertas submetem-se a uma série de obrigações específicas, impostas por lei e dispositivos regulamentares, expedidos, principalmente, pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM (autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela Lei nº 6.385, de 07/12/1986, tendo por objetivo a normatização, a regulamentação, o desenvolvimento, o controle e a fiscalização do mercado de valores mobiliários no Brasil), cuja finalidade precípua é a proteção do investidor.
Assim, enquanto as companhias fechadas têm grande liberdade para estabelecerem suas regras de funcionamento da forma que melhor atenda aos interesses de seus acionistas, as companhias abertas sofrem determinadas restrições, gozando de menor flexibilidade para a elaboração de regras próprias de funcionamento no estatuto social.
As companhias abertas devem, além de respeitar os preceitos da Lei das Sociedades por Ações, obter os registros necessários para negociação de seus valores mobiliários em Bolsa de Valores ou no Mercado de Balcão.
Vale notar ainda, que apenas as companhias abertas poderão emitir recibos de depósitos (DR's), isto é, certificados representativos de suas ações, para negociação no mercado externo, possibilitando a captação de recursos de investidores estrangeiros.

COMPANHIAS ABERTAS
Característica do tipo de sociedade anônima em que o capital, representado pelas ações, é dividido entre muitos e indeterminados acionistas. Além disso, essas ações podem ser negociadas nas Bolsas de Valores.

COMPANHIAS FECHADAS
Característica do tipo de sociedade anônima em que o capital, representado por ações, é dividido entre poucos acionistas. Além disso, as ações não são negociáveis em Bolsas de Valores e são transmitidas ou negociadas apenas sob consenso dos acionistas.
O aperfeiçoamento do Sistema Financeiro deu maior flexibilidade para a canalização de poupanças para a aplicação em títulos, possibilitando assim, financiamento para capital de giro e capital fixo às empresas carentes de recursos para investimentos.
A obtenção destes recursos por parte do empresário era, e ainda é, geralmente feita via instituições bancárias e não bancárias, acorrentando a descapitalização das empresas pelo pagamento de altas taxas de JUROS e obrigando a reposição do capital ao final de um prazo médio ou longo, fazendo com que o empresário entre em um processo de endividamento contínuo.
Assim, faz-se necessário o desenvolvimento de um mercado de Ações ativo, que capitalize o empresário a um prazo mais elástico.
Nesse mercado, onde ele não tem a obrigatoriedade do pagamento de juros e da devolução de recursos capotados, a abertura do capital de sua empresa é a alternativa mais viável para a ampliação dos seus negócios.
Para abrir o capital a S/A fechada, deverá adaptar seus estatutos de acordo com o que determina a lei 6.404, que dispõe sobre as Sociedades por Ações. É indispensável a apresentação a Comissão de Valores Mobiliários (C.V.M.), de um projeto econômico financeiro da S/A que deseja abrir o capital. Este projeto ,é apresentado em conjunto com um Banco de Investimento ou com uma Sociedade Corretora, que serão co-responsáveis pelas informações apresentadas pela empresa à C.V.M., das quais destacamos:
1- História da Empresa;
2- Demonstrações Financeiras;
3- Composição do Capital Social;
4- Projetos de Expansão, Modernização e Diversificação dos Negócios;
5- Evolução Patrimonial, do Lucro ou Prejuízo Operacional, do Grau de Endividamento da empresa, se existe, das Receitas Líquidas de Vendas e Serviços e outras informações exigidas pela C.V.M.;
6- Análise de seus balanços no 3 (três) últimos exercícios.

Após receber o Registro de Companhia Aberta, a S/A irá colocar suas ações junto ao público, através de uma operação "UNDERWRITING", caracterizando uma operação do MERCADO PRIMÁRIO DE AÇÕES, que é a primeira negociação realizada com a ação da empresa.

OPERAÇÕES DE UNDERWRITING

É uma das operações cuja prática explicitamente autorizada aos bancos de investimento.
Eles intermediam a colocação (lançamento) ou distribuição, no mercado, de capitais e ações, debêntures ou outro título mobiliário qualquer para investimento ou revenda no mercado de capitais, recebendo uma comissão pelos serviços prestados proporcional ao volume do lançamento.
As operações de Underwriting podem ser realizadas em dois mercados, como:
·     Mercado Primário è onde a própria empresa emite ações ou debêntures que são ofertadas através de um banco. A empresa terá seu capital aberto através da emissão desses títulos.
·     Mercado Secundário è onde o banco é contratado para colocar ações ou debêntures já emitidos e pertencentes a uma determinada pessoa física ou jurídica.

O MERCADO PRIMÁRIO DE AÇÕES
Para a colocação das ações no Mercado Primário, a S/A contrata os serviços de instituições especializadas, tais como: Bancos de Investimento, Sociedades Corretoras e Sociedades Distribuidoras, que formaram um "pool" de instituições financeiras para a realização de uma operação de "Underwriting". Esta operação pode ser conceituada, como sendo um contrato firmado entre a Instituição Financeira líder no lançamento das ações (Banco De Investimentos e Sociedade Corretora) e a sociedade anônima, que deseja abrir o capital.
Existem basicamente, três tipos de "Underwriting", a saber:
v          UNDERWRITING FIRME - As instituições financeiras subscrevem integralmente a emissão de ações para tentar revendê-las posteriormente ao público. Nesta forma de contrato, a empresa não tem risco algum, pois tem certeza de entrada de recursos. O risco de aceitação ou não do lançamento do mercado fica por conta do intermediário financeiro.
v          UNDERWRITING COM GARANTIA DE SOBRAS (STAND-BY) - Neste caso, o intermediário financeiro se compromete a colocar as sobras de ações junto ao público em determinado espaço de tempo, após o qual ele próprio subscreve o total das ações não colocadas. Isto significa que, após decorrido o prazo no qual o intermediário se comprometeu a sobras da subscrição ao público, o underwriting se torna tipo firme.
v          UNDERWRITING "MELHORES ESFORÇOS" (BEST-EFFORTS) - Neste caso, as instituições financeiras se comprometem a realizar os melhores no sentido de colocação, junto ao mercado, das sobras de subscrição.

O MERCADO SECUNDÁRIO DE AÇÕES
Após a compra de ações no Mercado Primário, o investidor desejará ao final de um período, converter o investimento realizado, novamente em dinheiro, vendendo suas ações para um futuro comprador, que não adquiriu as ações no momento da emissão primária, mas deseja fazê-lo agora.
Para realizar a operação, o vendedor deverá dirigir-se a uma Sociedade Corretora, o mesmo acontecendo com investidor comprador.
As Corretoras receberão as ordens de Venda e de Compra dos seus clientes e executarão a operação de fechamento do negócio no "PREGÃO" das Bolsas de Valores, caso a empresa seja registrada na Bolsa, e conseqüentemente suas ações estejam aceitas para negociação.
A decisão de ter ações negociadas em Bolsa, é uma decisão empresarial. Ao apresentar o Projeto de Abertura de Capital à C.V.M., a empresa tem que deixar claro, se deseja que suas ações sejam negociadas em Bolsas de Valores ou não. Em caso afirmativo, as Bolsas podem estabelecer critérios para o registro das empresas, essa decisão varia de acordo com as normas de cada Bolsa de Valores. De acordo com o que determina a legislação em vigor, a empresa é obrigada a se registrar inicialmente na Bolsa de sua região geográfica. As Bolsas partem da premissa que qualquer empresa registrada em outra Bolsa do país, está apta a ter suas ações negociadas no Pregão.
Na Segunda hipótese, se a empresa não deseja que suas ações sejam registradas em Bolsas de Valores, as ações da empresa não serão negociadas nessas instituições, e o investidor que desejar vender ações ou comprar ações de uma empresa não registrada em Bolsa, deverá fazê-lo através do Mercado de Balcão.
Assim podemos concluir que a função do "MERCADO SECUNDÁRIO", onde atuam as Bolsas de Valores, é dar liquidez, ao investidor, possibilitando que no momento que ele desejar realizar uma operação de Venda, exista o comprador e vice versa, o que viabilizará o crescimento do "MERCADO PRIMÁRIO", e a conseqüente capitalização das empresas via "MERCADO DE AÇÕES".

FUNCIONAMENTO DO MERCADO À VISTA DE AÇÕES

O Mercado à vista é a compra ou venda de uma determinada quantidade de ações, a um preço estabelecido em pregão. Assim, quando há a realização de um negócio, ao comprador cabe dispender o valor financeiro envolvido na operação e ao vendedor a entrega dos títulos-objeto da transação, nos prazos estabelecidos pela Bolsa de Valores.
São operações realizadas no Pregão ou no Telepregão, e que são liquidadas 2 (dois) dias úteis após o dia em que a operação é fechada,  ou seja, ao final de dois dias, o comprador recebe as ações e o vendedor recebe o dinheiro.

Título-objeto
Todas as ações de emissão de empresas admitidas à negociação na Bolsa, bem como direitos e recibos de subscrição, recibos de carteira selecionada de ações e outros ativos autorizados.

Formação de Preços
Os preços são formados em pregão, pela dinâmica das forças de oferta e demanda de cada papel, o que torna a cotação praticada um indicador confiável do valor que o mercado atribui às diferentes ações. A maior ou menor oferta e procura por determinado papel está diretamente relacionada ao comportamento histórico dos preços e, sobretudo, às perspectivas futuras da empresa emissora, aí incluindo-se sua política de dividendos, prognósticos de expansão de seu mercado e dos seus lucros, influência da política econômica sobre as atividades da empresa etc.

MERCADO DE BALCÃO

O mercado de balcão é o mercado de títulos sem lugar físico para o desenrolar das negociações. Os negócios são efetuados através de telefonemas entre operadores de instituições financeiras. Serve, em muitos casos para empresas que não possuem capital aberto coloquem seus papéis junto ao público e testem sua aceitação tornando-os, muitas vezes, bem mais atrativos que outras ações de empresas negociadas em Bolsa de Valores.

QUE AÇÕES SÃO NEGOCIADAS NO MERCADO DE BALCÃO?
Este mercado tem sua origem em incentivos concedidos pelo governo para instalação de empresas em algumas regiões do país onde haviam interesse de desenvolvimento econômico. Estas empresas colocavam suas ações à venda com o objetivo de se capitalizar e incrementar suas atividades  sendo que, os adquirentes, na grande maioria das vezes, não eram investidores tradicionais, mas sim, pessoas físicas e jurídicas que se interessavam pelo simples fato de abaterem o valor da compra das mesmas na declaração do imposto de renda. Sendo assim, os compradores não estavam desembolsando um capital para compra e sim fazendo uma troca, ou seja, destinando um valor que iria para as mãos do governo para a compra de alguma ação.

COMO SÃO NEGOCIADAS AS AÇÕES DE BALCÃO?
Estas ações, na prática, são negociadas após análise dos balanços e dos valores patrimoniais para aí sim, termos uma definição a respeito de um percentual de negociação delas sobre estes valores que fica firmado através de um acerto entre as partes. Os preços das ações de balcão em geral sofrem menos oscilações que em bolsas de valores e o risco também é menor já que as operações são quase sempre casadas, ou seja, com a prévia definição do preço da compra e o preço da venda. Não existe uma corretagem fixa como no mercado de bolsas de valores e sim um spread.

Operações com Ouro

O mercado de ouro, assim como o mercado de ações, integra o grupo dos chamados mercados de risco já que suas cotações variam segundo a lei da oferta e da procura, bem como de fatores exógenos ao mercado.
Entretanto, quem compra ouro fica de posse de um ativo real.
As cotações do ouro, no exterior, são feitas em relação à onça troy, que equivale a 31,104g.
No Brasil, a cotação é feita em reais por grama de ouro puro.
O preço do ouro no Brasil vincula‑se, historicamente, às cotações de Londres e Nova York, refletindo, portanto, as expectativas do mercado internacional. Sofre, entretanto, influência direta das perspectivas do mercado interno e, principalmente, das cotações do dólar flutuante.
Assim o preço interno é calculado diretamente segundo as variações do preço do dólar no mercado flutuante e dos preços do metal na bolsa de Nova York.

Peso

1 grama
= 0,03215 onças troy
1 onça troy
= 31,1035 gramas
1 quilo
= 32,151 onças troy
1 tonelada métrica
= 32,151 onças troy
100 onças troy
= 3,11 quilos (contrato Comex, Nova Iorque)
400 onças troy
= 12,44 quilos (barra Good Delivery, Londres)
1 Tael (Hong Kong)
= 1,193 onças troy

O preço do grama do ouro em reais, calculado a partir do preço da onça em dólares (pela cotação do dólar flutuante) nos dá um referencial de preços. Tradicionalmente, a cotação da Bolsa de Mercadorias e Futuros mantém a paridade com este valor referencial variando 2%, em média, para baixo ou para cima.
Existem dois tipos de investidores no mercado de ouro no Brasil:
·         o investidor tradicional ‑ que utiliza o ouro como reserva de valor,
·         o especulador ‑ que está a procura de ganhos imediatos e de olho na relação ouro/dólar/ações procurando a melhor alternativa do momento.

Hoje há dois mercados no Brasil para o ouro,
1. mercado de balcão:
·         operações são fechadas via telefone;
·         após o pagamento, o comprador tem duas opções
·         deixar o ouro depositado em custódia em uma instituição financeira, levando consigo um certificado de custódia;
·         retirar fisicamente a quantidade de ouro adquirida.

2. mercado spot nas bolsas:
·         a entrega do ouro se dá em 24 horas,
·         os volumes negociados são transferidos automaticamente entre as contas de custódia dos clientes em diferentes bancos, sem que o metal passe pelas mãos de quem compra ou vende. No mercado de bolsas, trocam‑se certificados de propriedade.

Em qualquer caso, a responsabilidade pela qualidade do metal é da fundidora e não do banco, que é apenas o depositário.

6. Mercado de Câmbio:


[9]Vejamos a questão a seguir, responda se estão corretas ou erradas as respostas enumeradas.
O mercado de câmbio é o ambiente abstrato onde se realizam as operações de câmbio entre os agentes autorizados pelo BACEN e entre estes e seus clientes. No Brasil, o mercado de câmbio é dividido em dois segmentos — livre e flutuante —, que são regulamentados e fiscalizados pelo BACEN. O mercado livre é também conhecido como “comercial” e o mercado flutuante, como “turismo”. À margem da lei, funciona um segmento denominado mercado paralelo, mercado negro ou câmbio negro. Todos os negócios realizados no mercado paralelo, bem como a posse de moeda estrangeira, sem origem justificada, são ilegais e sujeitam o cidadão ou a empresa às penas da lei. Acerca do mercado de câmbio no Brasil, julgue os itens abaixo.
1. Qualquer pessoa física ou jurídica pode ir a uma instituição autorizada a operar em câmbio para comprar ou vender moeda estrangeira. Como regra geral, para a realização das operações de câmbio, é necessário respaldo documental. Visto que nas operações de câmbio são negociados direitos sobre moeda estrangeira, na grande maioria dos casos os clientes não têm acesso à moeda estrangeira em espécie. Excetuam-se as operações relativas a viagens internacionais, em que os clientes podem ter a moeda estrangeira entregue em espécie no país.
2. Visto ser obrigatório o registro da maioria das operações de câmbio realizadas no país, o SISBACEN é o principal elemento de que o BACEN dispõe para monitorar e fiscalizar o mercado.
3. Podem operar no mercado de câmbio apenas as instituições autorizadas pelo BACEN. O segmento livre é restrito aos bancos e ao BACEN. No segmento flutuante, além desses dois, podem ter permissão para operar as agências de turismo, os meios de hospedagem de turismo e as corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos também é autorizada pelo BACEN a realizar operações com vales postais internacionais, limitados a US$ 3.000,00 por operação.
4. No mercado livre, podem ser realizadas as operações decorrentes de comércio exterior, ou seja: as de exportação e de importação; as relacionadas às atividades dos governos, nas esferas federal, estadual e municipal; as relativas aos investimentos estrangeiros no país e aos empréstimos a residentes sujeitos a registro no BACEN; e as referentes aos pagamentos e recebimentos de serviços.
5. A posição de câmbio representa o resultado entre as operações de compra e de venda de moeda estrangeira, acrescida ou diminuída da posição do dia anterior. Essas operações são realizadas pelos estabelecimentos que podem operar em câmbio, com exceção das agências de turismo e dos hotéis, que devem observar os limites estabelecidos em regulamentação específica.

Mercado de câmbio è cuida da relação justa entre as moedas dos países. Muitos países adotaram o dólar para comparar com a sua moeda. Assim, quando um negócio é feito entre dois países, primeiro eles comparam os valores de suas moedas com o dólar para facilitar a transação.
Câmbio é a operação financeira que consiste em vender, trocar ou comprar valores em moedas de outros países ou papéis que representem moedas de outros países. Para essas operações são utilizados cheques, moedas propriamente ditas ou notas bancárias, letras de câmbio, ordens de pagamento etc.
O mercado de câmbio é aquele que envolve a negociação de moedas estrangeiras e os interessados em negociar com essas moedas. É o ambiente onde se realizam as operações de câmbio, entre os agentes autorizados pelo Banco Central e seus clientes. No Brasil, o mercado de câmbio é dividido em dois segmentos, o mercado livre, também conhecido como comercial e o mercado flutuante, também conhecido como turismo. Os dois são regulamentados e fiscalizados pelo Banco Central. Além desses dois mercados, existe um segmento chamado mercado paralelo, que não é regulamentado.
No mercado de câmbio, a moeda estrangeira é considerada como uma mercadoria. Por conta disso, está sujeita às variações de oferta e de procura.

INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR

Podem operar no mercado de câmbio bancos, sociedades de crédito, financiamento e investimento, corretoras, distribuidoras, agências de turismo e meios de hospedagem autorizados pelo Banco Central.

Esses agentes podem realizar as seguintes operações:
a) bancos, exceto de desenvolvimento: todas as operações previstas para o mercado de câmbio;

b) bancos de desenvolvimento e caixas econômicas: operações específicas autorizadas;

c) sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades corretoras de câmbio ou de títulos e valores mobiliários e sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários:
c1.) compra ou venda de moeda estrangeira em cheques vinculados a transferências unilaterais;
c2.) compra ou venda de moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem relativos a viagens internacionais;
c3.) câmbio simplificado de exportação e de importação;
c4.) operações de compra ou venda, de natureza financeira, não sujeitas ou vinculadas a registro no Banco Central do Brasil, até o limite de US$ 10.000,00 (dez mil dólares dos Estados Unidos) ou seu equivalente em outras moedas; e
c5.) operações no mercado interbancário, arbitragens no País e, por meio de banco autorizado a operar no Mercado de Câmbio, arbitragem com o exterior;

d) agências de turismo: compra ou venda de moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem relativos a viagens internacionais;

e) meios de hospedagem de turismo: exclusivamente compra, de residentes ou domiciliados no exterior, de moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem relativos a turismo no País.

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, também é autorizada pelo Banco Central a realizar operações com vales postais internacionais, emissivos e receptivos, destinadas a atender compromissos relacionados a:
a)      manutenção de pessoas físicas;
b)      contribuições a entidades associativas e previdenciárias;
c)      aquisição de programas de computador para uso próprio;
d)      aposentadorias e pensões;
e)      aquisição de medicamentos, não destinados a comercialização;
f)        compromissos diversos, tais como aluguel de veículos, multas de trânsito, reservas em estabelecimentos hoteleiros, despesas com comunicações, assinatura de jornais e revistas, outros gastos de natureza eventual, e pagamento de livros, jornais, revistas e publicações similares, quando a importação não estiver sujeita a registro no Siscomex;
g)      pagamento de serviços de reparos, consertos e recondicionamento de máquinas e peças;
h)      doações;
i)        recebimento de exportações brasileiras conduzidas sob a sistemática de câmbio simplificado de exportação não simultâneo, observado o limite de US$20 mil por operação (apenas vales receptivos);
j)        pagamento de importações brasileiras conduzidas sob a sistemática de câmbio simplificado de importação, observado, nesse caso, o limite de US$20 mil (vinte mil dólares dos Estados Unidos), ou seu equivalente em outras moedas, por operação (apenas vales emissivos).

operações básicas

No mercado livre ou comercial é possível realizar operações de exportação e importação, assim como operações relacionadas com investimentos estrangeiros no país, empréstimos a residentes sujeitos à registro no Banco Central e pagamento e recebimento de serviços. O parâmetro para negociações em dólar no mercado livre ou comercial é o dólar comercial, mais usado por empresas.
No mercado flutuante, ou de turismo, como é mais conhecido, não se realizam só operações ligadas a turismo, apesar do nome. Podem ser realizadas outras operações como contribuições a entidades associativas, doações, heranças, aposentadorias e pensões, manutenção de residentes e tratamento de saúde. As operações em dólar no mercado flutuante ou turismo são feitas pelo dólar turismo. É mais acessível ao pequeno investidor.
Há também os investimentos em dólar para aqueles que querem se proteger da flutuação da moeda brasileira. Pode ser feito através da compra da própria moeda física ou através de títulos cambiais, com características semelhantes aos títulos de renda fixa. A BM&F também disponibiliza a comercialização de dólar futuro.
O ganho da instituição financeira com a negociação da moeda é conhecido como spread (no caso, spread cambial, já que existe também o spread de juros). O spread cambial é a diferença entre a taxa de compra (a menor) e a de venda (a maior) da moeda negociada. Ele representa o custo para o investidor, pois muitas vezes spread "come" grande parte da rentabilidade.
Qualquer pessoa física ou jurídica pode se dirigir a uma instituição financeira que esteja autorizada a operar em câmbio para comprar ou vender moeda estrangeira. Em alguns casos, os clientes não têm acesso à moeda em espécie, pois são negociados apenas os direitos. É o caso das negociações de importações. Nas operações relativas a viagens internacionais, os clientes podem ter a moeda estrangeira entregue em espécie.
Os bancos não são obrigados a vender moeda em espécie. Isso depende exclusivamente da instituição que está efetuando a transação. Alguns bancos, por questões estratégicas de segurança (roubo ou falsificação, por exemplo) operam o mínimo possível com moeda em espécie e negociam com cheques de viagem, que oferecem mais segurança para o cliente, já que este pode ser ressarcido em caso de roubo ou extravio.

TRAVELLER CHEQUES
Os Traveller Cheques ou Cheques de Viagem são utilizados no pagamento de contas no exterior e também trocados por moeda local. Funciona da seguinte forma: você compra cheques de viagem no valor de US$ 10,00. Ao pagar uma refeição de US$ 7.00, você receberá os US$ 3,00 de troco. O cheque funciona como papel moeda e tem boa aceitação pelos estabelecimentos comerciais no exterior.
Os cheques devem ser comprados na moeda corrente do país de destino. Ao receber seus cheques, o cliente receberá também as informações, endereços e telefones de como proceder no caso de furto/roubo e, também, os locais onde os cheques poderão ser convertidos em dinheiro. Algumas empresas operadoras de cartões de crédito vendem tanto o travellers cheques quanto uma espécie de cartão de débito para viagens que funciona como um cheque eletrônico.
A primeira vantagem dos traveller cheques é a segurança: se eles forem roubados, você pode ligar para a operadora que o vendeu e receber novos cheques, sem despesas adicionais. Outro ponto a favor é que eles precisam ser assinados por você, o que também ajuda em relação à segurança. Quem roubou os cheques terá também que falsificar sua assinatura. Em caso de extravio, os portadores de cartão de crédito ou traveller cheques são ressarcidos rapidamente em até 24 horas após comunicarem a ocorrência para a operadora.

IMPORTANTEComo o governo controla as operações do mercado de câmbio?
Todas as operações realizadas no território nacional são obrigatoriamente registradas no Sisbacen – Sistema de Informações do Banco Central. Trata-se de sistema eletrônico de coleta, armazenagem e troca de informações, que liga o Bacen aos agentes do sistema financeiro nacional. Os registros são efetuados em tempo real, o que permite ao Banco Central atuar tanto no monitoramento quanto na fiscalização do mercado.

Que operações podem ser realizadas no mercado de câmbio?
Quaisquer pagamentos ou recebimentos em moeda que já se encontrem descritos e especificados nos regulamentos e normas vigentes (CNC – Consolidação das Normas Cambiais). As operações não regulamentadas dependem de manifestação prévia do Banco Central.

Que operações podem ser realizadas no mercado de câmbio livre ou comercial?
Aquelas decorrentes de comércio exterior, ou seja, de exportação e de importação. Nesse mercado, também são realizadas operações dos governos, nas esferas federal, estadual e municipal. Também têm curso no mercado de câmbio de taxas livres outras operações, tais como as relativas a investimentos estrangeiros no País e empréstimos a residentes sujeitos a registro no Banco Central, bem como pagamentos e recebimentos de serviços.

O que é mercado primário e mercado secundário?
A operação de mercado primário implica entrada ou saída efetiva de moeda estrangeira do País. Esse é o caso das operações com exportadores, importadores, viajantes etc. Já no mercado secundário, a moeda estrangeira simplesmente migra do ativo de um banco para o de outro, o que se denomina operação interbancária.

Contratos de Câmbio: CARACTERÍSTICAS

Contrato de câmbio é o instrumento pelo qual se formaliza a operação de câmbio. Nele, constam informações relativas à moeda estrangeira que se está comprando ou vendendo, à taxa pactuada, ao valor correspondente em moeda nacional e aos nomes do comprador e do vendedor, bem como outras características da operação. É padronizado pelo Banco Central, apresentando-se em vários tipos destinados às diversas operações.
Boleto de câmbio é um contrato simplificado.

CONTRATAÇÃO DE CAMBIO DE EXPORTAÇÃO
Em nosso País não é permitido o manuseio das divisas resultantes das operações comerciais com o exterior. Assim, sempre que se realiza uma exportação, deve‑se ter, com antecedência, contratada a venda das moedas estrangeiras. Isso se faz obrigatoriamente através de um corretor devidamente autorizado, que, intervindo na operação, a confirmara e responderá, perante o Banco negociador, pela legitimidade do cliente e abonará a sua firma.
Assim, o câmbio de exportação deverá ser, em regra, contratado previamente à emissão, pela Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil S.A. ou pelo Banco Central, da respectiva guia que ampare o embarque da mercadoria.
Excetuam‑se, porém:
a)          a exportação de bens de capital e de consumo durável, bem como a venda de estudos e projetos técnico‑econômicos e de engenharia destinados a empreendi­mentos no exterior, contratadas para pagamento a prazo superior a 180 dias;
b)         as exportações em consignação;
c)          outros casos especiais de exportação sujeitos a normas cambiais próprias.

A contratação do câmbio de exportação poderá ser efetuada com antecedência de até 180 dias em relação ao embarque da mercadoria, ressalvados os casos de produtos sujeitos a características especiais de comercialização em que o Banco Central estabeleça prazo diferente do referido limite e as operações concernentes a pagamento antecipado de exportação.
Entretanto, somente deverá vender câmbio para liquidação futura o exportador que tenha a real possibilidade de entregar ao banco comprador a moeda estrangeira, ou os documentos relativos à exportação, até a data aprazada para esse fim, no respectivo contrato de cambio.
Os contratos de câmbio relativos à exportação de produtos sujeitos a prévio exame de preços e controle de quantidade pela CACEX, deverão conter anotação do registro de venda naquela Carteira de Comércio Exterior e a validade do registro como seque: "Registro de Venda nº ............... da CACEX (praça), válido até (data).
Cumprirá ao Banco comprador do câmbio averbar no verso do original do Registro de Venda o número, a data, valor em moeda estrangeira e vencimento do contrato de câmbio aplicado.
Observadas as cautelas pró rias para cada negócio, com especial cujo para as operações financiadas, consideram os bancos contratantes os seguintes elementos na contratação: o cliente. a moeda, a taxa, o prazo, a entrega do câmbio, o financiamento, as garantias e as condições de compra e venda.
Dão os bancos maior ênfase às COMPRAS PRONTAS ou com REDUZIDO PRAZO DE ENTREGA e às vendas a prazo ‑ respeitados os limites para estas ‑ com vista à obtenção de disponibilidades externas em níveis adequados às suas necessidades.
Observação:
Prescindem de Instrumento individual de contrato de câmbio as seguintes operações:

I ‑ DE CAMBIO MANUAL As operações:
a)      de compras de moeda em espécie ou "traveller's checks",
b)     de vendas de moedas em espécie ou "traveller's checks".

II ‑ FINANCEIRAS:
a)      de compras de ordens de pagamento do exterior, desde que o valor de cada uma delas não seja superior a US$ 1.000 ou equivalente;
b)     vendas relativas a remessas pessoais de até US$ 300 ou equivalente;
c)      vendas referentes a transferências de até US$ 1.000, ou equivalente, destinadas a despesas de viagem.

Subordina‑se à visto ou autorização prévia do Banco Central do Brasil a contratação de câmbio referente, entre outras, a:
v          compra e venda de moeda em espécie ou "traveller's checks" e operações financeiras (há algumas isenções);
v          compras de exportação de café, cujas respectivas declarações de vendas contenham essa determinação;
v          alterações, prorrogações, baixas e cancelamentos de compras de exportação (inclusive café);
v          compra de livros, jornais, revistas e publicações similares, de valor superior a US$ 300 efetuada por particulares ou entidades jurídicas, não ligadas ao comércio livreiro.

PRAZOS
Das Letras e/ou Documentos de Exportação:
O prazo das letras e/ou documentos de exportação não deve exceder a 180 dias, contados da data do embarque da mercadoria, exceto se previamente autorizado prazo maior pelo Banco Central do Brasil ou no caso de exportações pagáveis a prazo superior e objeto de normas cambiais especificas.

De Entrega dos Documentos Referentes à Exportação:
Os documentos referentes à exportação devem ser entregues pelo exportador a banco com o qual tenha negociado câmbio correspondente à transação, até a data estipulada para esse fim no respectivo contrato de câmbio e, respeitada esta, até o 10o. dia útil seguinte ao do embarque da mercadoria.
O prazo previsto para entrega dos documentos referentes à exportação com câmbio contratado não deverá exceder a 180 dias da data do fechamento do câmbio, exceto em se tratando de exportação com pagamento antecipado e nos casos de produção sujeitos a características especiais de comercialização em que o Banco Central estabeleça prazo diferente.
Nas operações de câmbio referentes a exportações e café, o prazo revisto para entrega dos documentos não deverá exceder a 10 dias úteis após o término da época estabelecida para embarque na respectiva declaração de venda.
Esgotado o prazo pactuado no contrato de câmbio para a entrega dos documentos, sem que esta se efetive e sem que ocorra a correspondente prorrogação, deverá ser o contrato cancelado ou baixado, no máxi­mo, nos 20 dias seguintes ao vencimento do referido prazo.

TAXAS DE CÂMBIO

A taxa de câmbio é a relação de valor entre duas moedas. Ela indica o preço, em moeda nacional, de uma moeda estrangeira. Atualmente, no Brasil, a taxa de câmbio é flutuante, ou seja, é uma taxa livre. No mercado de taxa flutuante, não há nenhuma regulamentação oficial que estabeleça a taxa, ou seja, ela oscila de acordo com o andamento do mercado.
As autoridades monetárias sempre intervêm quando o mercado força uma oscilação muito grande no câmbio, tanto para cima quanto para baixo. Quando a taxa de câmbio fica acima das expectativas da política monetária e cambial, isto indica que a oferta de moeda é menor do que a procura e o Banco Central intervém, aumentando a oferta de dólares no mercado e forçando a baixa
Taxa de câmbio é, assim, o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. A moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a cotação mais comumente utilizada seja a dessa moeda. Dessa forma, quando dizemos, por exemplo, que a taxa de câmbio brasileira é 2,90 significa que um dólar americano custa R$ 2,90. A taxa de câmbio reflete apenas um custo de uma moeda em relação à outra, não agregando quaisquer custos operacionais incorridos pelos bancos para realização do negócio. No seu conceito mais simples, a taxa de câmbio divide-se em taxa de venda e taxa de compra. Pensando sempre do ponto de vista do banco (ou outro agente autorizado a operar pelo BC), a taxa de venda é preço que o banco cobra para vender a moeda estrangeira (a um importador, por exemplo), enquanto a taxa de compra reflete o preço que o banco aceita pagar pela moeda estrangeira que lhe é ofertada (por um exportador, por exemplo). O intervalo entre a taxa de compra (a menor) e a de venda (a maior) representa o ganho do banco com a negociação da moeda, e é conhecida como "spread".

Qual a rentabilidade dos investimentos em dólar?
Na forma física, a rentabilidade depende da flutuação da moeda brasileira em relação à moeda estrangeira. Aplicações em títulos cambiais geralmente vem acompanhadas de uma variação cambial (flutuação da moeda), mais um prêmio de risco (uma taxa pré-determinada) – que é chamado de cupom cambial. Ele é o prêmio pago ao investidor por assumir o risco da moeda em que ele está aplicando. Este prêmio geralmente é adicionado a uma aplicação considerada sem risco, por exemplo as Letras do Tesouro Americano.
O cupom cambial tende a se elevar quanto maior for o risco da moeda. O dólar futuro negociado na BM&F tem sua rentabilidade atrelada à variação do dólar comercial em relação ao real (moeda brasileira).

Quais os custos relacionados com os investimentos em dólar?
A CPMF incide sobre qualquer forma citada acima. Caso o investidor queira comprar a moeda fisicamente não há nenhuma taxa formal cobrada. No caso dos títulos cambiais, a instituição financeira cobra um percentual descontado da rentabilidade do título (a este valor chamamos de ágio ou deságio). Por exemplo, se o título oferece uma remuneração de variação do dólar + uma taxa de juros de 10,1% a.a., e o banco cobra 0,1%, este repassa o título rendendo (Dólar + 10% a.a.). Na forma de contrato futuro, seu custo segue a tabela da BM&F, que cobra uma corretagem de 0,2% sobre o valor da operação mais uma taxa de 1,5% sobre o valor da corretagem. O valor mínimo que a BM&F cobra para qualquer operação é de R$ 8,00 (oito reais).
Para operações especiais, day trade (compra e venda no mesmo dia) e vencimento de contrato, os custos são diferentes. A alíquota de IR é de 20%. No caso de compra física de moeda, o investidor recolherá o imposto de renda na declaração de ajuste final no fim do ano.

Existe alguma taxa de câmbio fixada pelo Banco Central?

Tanto o mercado livre como o flutuante têm taxas de câmbio livremente pactuadas entre as partes contratantes, ou seja, entre você e a instituição autorizada.

Existe alguma taxa de câmbio especial para comprar dólares para viagem ao exterior com finalidade de estudo?
Conforme mencionado anteriormente, as taxas de câmbio são livremente pactuadas entre o cliente e a instituição de sua preferência, não existindo, portanto, regras do Banco Central para que alguns tipos de operação tenham obrigatoriamente taxas de câmbio maiores ou menores.

O que é SISBACEN? Qual a sua função no mercado de câmbio?
O SISBACEN - Sistema de Informações Banco Central é um sistema eletrônico de coleta, armazenagem e troca de informações que liga o Banco Central aos agentes do sistema financeiro nacional. Implementado em 1985, o SISBACEN é hoje o principal elemento de que dispõe o Banco Central para acompanhamento da atuação dos bancos instalados no País. Via SISBACEN, todas as operações de câmbio realizadas no País são registradas imediatamente, em tempo real, o que permite ao Banco Central atuar tanto no monitoramento quanto na fiscalização do mercado.

REMESSAS

A remessa ao exterior, de documentos de exportação, será processada, em regra, através de banco que tenha contratado câmbio correspondente à exportação, observado que os documentos deverão ser encaminhados ao exterior no menor prazo possível, depois de devidamente examinados e conferidos pelo banco remetente, atentando‑se sempre para a conveniência da sua recepção, pelo banqueiro no exterior, antes da cada da mercadoria.
A remessa ao exterior dos documentos referentes à exportação poderá, também, ser efetuada diretamente pelo exportador, nos casos em que ‑ inexistindo de tal procedimento qualquer inconveniente para o normal pagamento da exportação no exterior ‑ seja essa forma convencionada entre as partes. Será indispensável, porém, que de tal fato se faça constar cláusula expressa no contrato de câmbio.

SISCOMEX

O Sistema Integrado de Comércio Exterior, criado pelo Decreto n° 660, de 25 de setembro de 1992, é o sistema informatizado que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle de comércio exterior, realizadas pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e pelo Banco Central do Brasil (BACEN), órgãos "gestores" do sistema. Participam ainda do SISCOMEX, como órgãos "anuentes", no caso de algumas operações específicas, o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Defesa, o Ministério da Agricultura e do Abastecimento, o Ministério da Saúde, o Departamento da Polícia Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, e outros.
Por intermédio do SISCOMEX, as operações de exportação são registradas e, em seguida, analisadas "on line" pelos órgãos "gestores" do sistema (SECEX, SFR e BACEN).
As empresas exportadoras podem ter acesso ao SISCOMEX diretamente, a partir de seu próprio estabelecimento, desde que disponham dos necessários equipamentos e condições de acesso, ou por meio de a) despachantes aduaneiros; b) rede de computadores colocada à disposição dos usuários pela Secretaria da Receita Federal (salas de contribuintes); c) corretoras de câmbio; d) agências bancárias que realizem operações de câmbio; e, e) outras entidades habilitadas.
Foi incorporado ao SISCOMEX, no início de novembro de 2001, o módulo de funcionamento do Drawback Eletrônico. O Regime de Drawback, criado pelo decreto-lei 37/66, é a desoneração de impostos na importação vinculada a um compromisso de exportação. A Secretaria de Comércio Exterior concebeu a nova sistemática informatizada para controle dessas operações denominadas Sistema Drawback Eletrônico, a fim de permitir o controle ágil e simplificado daquelas operações.

7. Operações com Derivativos:


[10]Vejamos as questões de concursos:
1. Assinale a alternativa incorreta:
a) no Brasil, as negociações do mercado de derivativos concentram‑se na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) de São Paulo e na Bolsa Brasileira de Futuros (BBF) do Rio de Janeiro;
b) o especulador caracteriza-se por ser um agente que, necessariamente, possui algum tipo de vínculo com a mercadoria objeto da operação;
c) os mercados futuros são uma forma eficaz de eliminar o risco do investidor que detenha determinada posição física em um ativo;
d) os contratos futuros diferem dos contratos a termo por terem especificações padronizadas pelas bolsas onde são negociados;
e) ao estar comprada em um contrato futuro de dólar, a instituição financeira tem expectativa de alta da taxa de câmbio até o vencimento do contrato.

2. Analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondente
I ‑ Nos mercados futuros, há realização diária de lucros ou prejuízos através do mecanismo de "ajustes diários".
II ‑ Existe um mercado secundário ativo para os contratos futuros.
III ‑ O raciocínio do mercado futuro de taxa média de depósitos interfinanceiros de um dia (futuro de DI) deve ser inverso àquele utilizado no mercado futuro de dólar.

a) todas as assertivas estão corretas
b) somente as assertivas I e II estão corretas
c) somente as assertivas I e III estão corretas
d) somente a assertiva I está correta
e) nenhuma assertiva está correta.

Os derivativos são instrumentos financeiros estabelecidos mediantes contratos, com a seguinte peculiaridade: seus preços são determinados e variam em função dos preços de outro ativo, que pode ser uma mercadoria, um título de renda fixa, uma ação, uma moeda estrangeira, etc.
Os derivativos que incluem, principalmente, os contratos a termo, o contrato de opções, o contrato futuro, e os swaps.
Esses instrumentos apresentam, como uma de suas principais utilidades a administração de riscos, que cresceram, como uma de suas principais utilidades a administração de riscos, que crescem significativamente no mundo globalizado.
Como os derivativos são operações onde se procura administrar resultados com eventos futuros incertos, o tratamento matemático necessário é de alta complexidade, exigindo profissionais de gabarito, como matemáticos e físicos, na elaboração de modelos para aplicação no mercado financeiro.
As operações com derivativos podem ser realizadas tanto em bolsas como em balcão.
As operações em bolsa são mais fiscalizadas, mais reguladas e com maior divulgação de informações. As operações em bolsas são públicas em relação aos preços e volumes negociados, mantendo em sigilo os nomes dos participantes.
Na operação de balcão, os termos das operações são conhecidos apenas pelos participantes, estabelecendo livremente as cláusulas do contrato, podendo adaptá-lo às necessidades específicas de cada parte. São operações mais sigilosas, menos sujeitas à fiscalização e regulação, sem qualquer interferência do mercado.

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO FUNCIONAMENTO DO MERCADO:


MERCADO A TERMO       
No mercado a termo, o investidor se compromete a comprar ou vender uma certa quantidade de uma ação (chamada ação-objeto), por um preço fixado e dentro de um prazo pré-determinado.
A maior parte das operações é realizada no prazo de 30 dias, podendo, entretanto, serem realizadas em 60, 90, 120 ou até 180 dias.
As operações contratadas poderão ser liquidadas na data de seu vencimento ou em data antecipada solicitada pelo comprador - VC, pelo vendedor - VV, ou por acordo mútuo das partes - AM.
Os contratos poderão ser realizados com modalidade de liquidação integral ou pró-rata.
A garantia inicial corresponde, no mínimo, a 20% do valor do contrato e, no máximo, a 100% e depende da ação objeto, em função da volatilidade observada no comportamento de seu preço e de sua liquidez nos últimos seis meses.
As operações a termo são formalizadas em contratos específicos, emitidos e registrados na bolsa em nome das corretoras participantes.
O termo é uma operação de financiamento: o vendido no termo se assegura de uma renda sobre a compra que financiou, e o comprado no termo garante a lucratividade do vendido com o depósito da margem.
Financiar Operação a Termo: comprar a vista, vender a termo.
Tomar financiamento: vender a vista, comprar a termo.

GARANTIAS DO CONTRATO A TERMO
v       Cobertura - um vendedor a termo que possua os títulos-objeto pode depositá-los na CBLC, como garantia de sua obrigação. Esse depósito, denominado cobertura, dispensa o vendedor de prestar outras garantias adicionais;
v       Margem - o valor da margem inicial requerida é igual ao diferencial entre o preço a vista e o preço a termo do papel, acrescido do montante que represente a diferença entre o preço a vista e o menor preço a vista possível no pregão seguinte, estimado com base na volatilidade histórica do título. A CBLC avalia a volatilidade e a liquidez das ações e as condições gerais das empresas emissoras, classificando os papéis em diferentes intervalos de margem. Como regra geral, papéis com maior liquidez e menor volatilidade enquadram-se nos menores intervalos de margem. Periodicamente, há uma reavaliação dos indicadores da ação e da empresa, o que pode significar sua realocação em um intervalo de margem mais adequado à sua nova situação de mercado.
v       Margem Adicional - sempre que ocorrer redução no valor de garantia do contrato, decorrente de oscilação na cotação dos títulos depositados como margem e/ou dos títulos-objeto da negociação, será necessário o reforço da garantia inicial, que poderá ser efetuado mediante o depósito de dinheiro ou demais ativos autorizados pela CBLC.
v       Remuneração das Margens - todas as margens de garantia depositadas em dinheiro junto à CBLC são aplicadas no mercado aberto, e seu rendimento repassado aos investidores por suas corretoras. Isso melhora o resultado da operação.

CONTRATO A TERMO DI (DEPÓSITO INTERFINANCEIRO)
É o instrumento destinado a possibilitar a troca de recursos exclusivamente entre as instituições financeiras que, como sabemos, são apenas cinco.
A forma do DI é nominativa, escritural, com registro e liquidação obrigatórios na CETIP, e apesar de inexistir certificado (inclusive a resolução do Bacen que o criou proíbe sua emissão), o mercado usa muito a expressão CDI, ou até mesmo Certificado de Depósito Interbancário, o que está errado, pois o instrumento não é exclusivo dos bancos.
As características de DI são iguais às do CDB, só que sua negociação é restrita as instituições financeiras.
O mercado futuro de DI é referenciado nas taxas médias diárias DI de um dia, conforme publicado pela CETIP. Os contratos futuros são fixados pela BM&F, em $ 100.000,00, sendo negociados em PU (Preço Unitário). Cada PU vale $ 1,00.
O PU de um contrato futuro é obtido dividindo-se o valor do contrato por seu fator de rendimento, obtido pela taxa over média diária acumulada até a data do vencimento do instrumento financeiro.
Os DI´s prefixados, com taxa flutuante, negociados por um dia, estabelecem um paradigma para a taxa média diária (a chamada taxa CDI over), a qual, por sua vez reflete a expectativa do custo das reservas bancárias para a manhã do dia seguinte ao do fechamento daquelas negociações.
Os DI´s pós-fixados são indexados à TR ou a TJLP com prazo mínimo de um mês, ou atrelado à variação da TBF para o mínimo de dois anos meses, podendo ser liquidado antecipadamente depois de cumprido os prazos mínimos.
Quando as taxas de juros de mercado sobem, mais alto é o fator, deterrminando um PU menor para o contrato. Ao contrário, quando as taxas DI caem, maior é o PU do contrato.
O vencimento dos contratos futuro de taxa média DI (1 dia) ocorre todos os meses, no primeiro dia útil.

CONTRATO A TERMO DE DOLAR
Tem características idênticas ao termo tradicional em Reais, sendo a única diferença o fato de que o preço contratado será corrigido diariamente pela variação entre a taxa de câmbio média de Reais por dólar norte-americano, para o período compreendido entre o dia da operação, inclusive, e:
v      dia da solicitação da liquidação antecipada, exclusive. Por exemplo, considerando uma solicitação de liquidação antecipada efetuada no último dia possível (V-2, ou seja, dois dias úteis anteriores ao vencimento do contrato a termo), a PTAX* que será utilizada é a calculada e divulgada em V-3;
v      o dia da solicitação da liquidação por diferença, exclusive. Por exemplo, considerando uma solicitação de liquidação por diferença efetuada no último dia possível (V-3, ou seja três dias úteis anteriores ao vencimento do contrato a termo), a PTAX* que será utilizada é a calculada e divulgada em V-4;
v      o dia do vencimento do contrato a termo, exclusive, para os casos de liquidação por decurso de prazo. A PTAX* utilizada é a calculada e divulgada em V-1.

Para a correção dos valores contratados a termo, será utilizada a taxa de câmbio média de reais por dólar norte-americano verificada no dia útil anterior, definida como “Cotação para contabilidade”, apurada pelo Bacen segundo critérios por ele definido e divulgada por meio do SISBACEN, transação PTAX 800, opção “5”, que será utilizada com até quatro casas decimais.

CONTRATO A TERMO DE MOEDA (NDF – NON DELIVERABLE FORWARD)
Estes contratos cada vez mais se destacam na CETIP. São adequados para empresas exportadoras, importadoras e companhias com ativos ou passivos em moeda estrangeira, para garantir o hedge cambial contra oscilações do real perante outras moedas.
Uma das principais vantagens é a livre negociação do tamanho do contrato, prazo de vencimento e taxa. Mais uma característica é a possibilidade de cotação do câmbio pela Ptax média do dia, pelas taxas apuradas pelo Banco Central a cada meia hora nos boletins intermediários, ou pelas cotações divulgadas pelos provedores internacionais de informações (feeders) de moedas.
À semelhança do NDF – Non Deliverable Forward, negociado no mercado internacional, o Contrato a Termo de Moeda é um derivativo sem entrega física, em que a liquidação é feita pela diferença entre a taxa de câmbio a termo contratada e a taxa vigente no dia do vencimento.


[1]  RESPOSTAS:  1. C           2. A
[2] FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro produtos e serviços. Rio de Janeiro: Qualitymark. 2002
[3] Moeda escritural é um título representativo da moeda, emitido sem que, no entanto, exista um respectivo lastro em papel moeda (como por exemplo, o cheque)
[4]  RESPOSTA: 1. D
[5] RESPOSTA: 1. D
[6] RESPOSTAS QUESTÃO 2:   (1) E   (2) E     (3) E     (4) C   (5) C
[7] RESPOSTA: 1. E       2. D
[8]  RESPOSTA:   (1) E    (2) E     (3)  E     (4) E     (5) E
[9]   RESPOSTAS:  (1) C     (2) E      (3) C      (4) C      (5) C
[10] RESPOSTAS: 1. B    2. A

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